O Jogo

Rodízio do Brasil acabou num tiro de bandeira

Coutinho fez o melhor golo de bola corrida até aqui, mas o talento canarinho emperrou na organizaçã­o suíça. Zuber empatou com falta e deixou sérvios na liderança

- FREDERICO BÁRTOLO

A seleção brasileira tem um menu de soluções ‘à la carte’, porém, a degustação do ataque canarinho não descompens­ou a arrumada Suíça, que logrou sair com um empate a um golo. Ficou em nove a série do Brasil a ganhar os primeiros jogos de Mundiais. A Suíça segue no sexto sem perder, juntando o escrete às favoritas França e Espanha, esta última que, em 2010, se tornaria campeã, encarrilan­do justamente depois de uma derrota com os helvéticos.

Neymar, Coutinho, Willian e Gabriel Jesus eram o quarteto escolhido para desequilib­rar, mas nunca tiveram muito espaço. Willian abriu duas vezes o livro na direita; mas foi Paulinho, no interior da área, a obrigar Sommer à primeira intervençã­o. O Brasil estava por cima e Coutinho, ao seu jeito e talento natural, desferiu um pontapé em arco para inaugurar o marcador. O médio do Barcelona candidata-se a um dos golos do Mundial, ao nível dos livres precisos de Ronaldo e Kolarov. Outro petardo, mas de bola corrida.

Ficou por aí a aceleração brasileira, gerindo a posse, sempre sem ofender a linha rival. Até ao intervalo, só os lances de bola parada assustaram.

A ementa parecia agradar ao escrete, contudo Shaqiri endossou um canto preciso para Zuber. O extremo cabeceou depois de ter empurrado nas costas o central Miranda. O árbitro não pediu o VAR e nem com o golo o Brasil reagiu. Tite foi conservado­r e só lançou Firmino aos 79’, mas para o lugar de Gabriel Jesus, um corpo estranho no ataque. Aos 90’, o dianteiro do Liverpool obrigou Sommer ao melhor voo. Neymar ficou-se por três amarelos conquistad­os e, ainda a ressentir-se de lesão e de sucessivas pancadas, acumulou perdas de bola perante Behrami, o primeiro suíço em três Mundiais. O empate colocou a Sérvia no topo do Grupo E.

“O lance sobre o Miranda é muito claro. Retraímos demasiado, mas houve mérito da Suíça. Sentimos muita ansiedade e isso refletese na finalizaçã­o”

Tite Selecionad­or do Brasil “Espero que reparem em nós. Há falta de reconhecim­ento. Só perdemos uma vez na qualificaç­ão [Portugal]. Demonstrám­os confiança” Vladimir Petkovic Selecionad­or da Suíça

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Dzemaili e restantes suíços só não pararam a criativida­de de Coutinho no golo

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