O Jogo

ALEMANHA CAIU COM O SISMO MEXICANO

Seleção azteca fez o impensável, ao bater a ultrafavor­ita e campeã mundial, que agora se vê obrigada a vencer suecos e sul-coreanos

- RODRIGO CORTEZ

“Parecia maldição, a bola não queria entrar. Ficamos agora sob pressão”

Joachim Low

Selecionad­or alemão “Fomos o melhor grupo na primeira parte. Mostrámos que temos um grande futuro”

Juan Carlos Osorio

Selecionad­or mexicano

A Islândia já tinha obtido um inesperado empate frente à Argentina, mas ontem o México espantou o planeta ao obter a primeira surpresa de dimensãogi­gantescane­stecampeon­ato. Os adjetivos justificam-se tendo em conta a seleção que estava do outro lado: uma Alemanha campeã do mundo em título, favorita a revalidar o cetro e que, inclusive, já não perdia o jogo de abertura há nada menos do que 36 anos. Foi em 1982 que os alemães tinham entrado a perder pela última vez (contra a Argélia por 1-0), numa prova que até nem lhes correria mal, uma vez que só voltariam a perder já na final, contra a Itália de Dino Zoff e Paolo Rossi.

Veremos se esta Alemanha não será capaz de idêntica transfigur­ação, uma vez que, ontem, apesar de ter tido pela frente uma equipa quase perfeita, não deixou de mostrar algunsdosa­rgumentosd­ocostume. Os teutónicos fizeram um total de 25 remates, dois deles aos ferros da baliza de Ochoa, que foi um dos melhores em campo, ao suster tudo e mais alguma coisa.

Para além dele, outro mexicano em destaque foi Herrera, a dar sequência à boa época no FC Porto. O médio encheu o campo, revelando personalid­ade nos roubos de bola, mas sobretudo nas transposiç­ões para o ataque com a mesma colada aos pés ou com passes de rutura a desmarcar companheir­os. E depois houve Hirving Lozano, a estrela do PSV que apontou o único golo aos 35’, num remate rasteiro e colocado depois de ultrapassa­r Ozil. O México veio abaixo, conforme revelou o instituto sísmico local, ao registar o abalo provocado pelos festejos. E a Alemanha acabou por cair, apesar da boa reação, a encostar às cordas os mexicanos du- rante toda a segunda parte.

Em contra-ataque, o México também teve oportunida­des para fazer o segundo, num jogo que teve um total de 37 remates e que, quanto a ocasiões flagrantes, somou mais de dez. Calculismo foi palavra ontem apagada dos dicionário­s alemão e mexicano. Ganharam os adeptos. Particular­mente os aztecas, obviamente, que já têm os oitavos de final à vista.

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Kroos chega tarde e não impede Lozano de rematar para o fundo das redes alemãs

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