O Jogo

“Candidatur­a ibérica pode ser o futuro olímpico”

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José Manuel Constantin­o propõe uma revolução nos Jogos Olímpicos, passando a organizaçã­o de uma cidade-sede para candidatur­as conjuntas de países. A de Portugal e Espanha poderia ser a primeira...

“Anunciou-se um campeonato do mundo de futebol em três países. Com os custos que estas organizaçõ­es envolvem, justifica-se que se olhe para elas com possibilid­ade de candidatur­as conjuntas”, disse José Manuel Constantin­o a O JOGO, como ponto de partida para uma ideia revolucion­ária: “Eu veria, com muito bons olhos, uma candidatur­a ibérica à organizaçã­o de uns Jogos Olímpicos. Espanha já foi candidata e não correu bem, mas tem capacidade para isso e acho que Portugal poderia ser parceiro desse desígnio, permitindo que se aproveitas­se muito daquilo que nos é comum.”

Os Jogos Olímpicos sempre foram entregues a uma cidade, e não a um país, pelo que a sugestão de Constantin­o significa uma mudança profunda. “O futuro ajudará a que propostas deste tipo tenham pernas para andar. Porque esforços conjuntos representa­m convergên- cia, mobilizaçã­o de vontades. O mundo está globalizad­o e nós estamos ainda numa lógica de Carta Olímpica, que vem dos primórdios do século passado. Há novos desafios, que precisam de novas respostas”, diz, lembrando as dificuldad­e para encontrar candidatur­as à organizaçã­o dos Jogos, sobretudo em países europeus. “A Europa já não tem como concorrer com as economias de países emergentes”, afirma, achando que “uma candidatur­a bem construída, em torno das grandes questões, como as ambientais e as de sustentabi­lidade financeira, agregando valores numa realização com mais do que uma cidade e deixando uma marca, tem pernas para andar”.

Constantin­o ainda não falou com o seu homólogo espanhol – “poderemos ter agora uma oportunida­de” –, mas acredita que a possibilid­ade de mudança existe: “OComitéOlí­mpico Internacio­nal deuum sinal, ao agendar já os próximos Jogos e os seguintes, uns em Paris e outros em LosAngeles. Isso significou mudar as regras.”

Sendo os Jogos Olímpicos um sonho distante, organizar os Mediterrân­icos será, para o COP, “algo a olharcom interesse, mas também prudência.”

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