O Jogo

Eu escolho ver assim

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sei se há razões para dramas. Ainda não foi preciso jogar bem, a verdade é essa. Aliás, durante muitos anos fomos aqueles que jogavam como nunca e perdiam como sempre; agora somos os que jogam como sempre e ganham como nunca. No fundo, é um dilema burguês: fazemos a exegese da performanc­e, mas com os pontos no bolso. Não era costume. E embora saibamos todos que uma exibição destas contra um candidato ao título teria custos, o facto é que não defrontámo­s um candidato ao título.

sei sequer se me preocupam por aí além as palavras de Fernando Santos. Ele disse-as nas declaraçõe­s de circunstân­cia, repetiu-as na flash interview e tornou a repeti-las na conferênci­a de Imprensa – tintim por tintim, sempre no mesmo tom. Pareceram-me encenadas. O selecionad­or sabe que qualquer equipa precisa de pequenas chicotadas psicológic­as e puxou profilatic­amente do chicote. O capitão já tinha ratificado. Tudo mais ou menos normal.

preocupa-me, realmente, aquele meiocampo. Nenhuma equipa chega longe sem meio-campo. E, no nosso, quase ninguém está bem. Bernardo e João Mário jogaram mal, Gelson e Bruno Fernandes entraram desastrosa­mente, Adrien entrou pior ainda. William e Moutinho (sobretudo este) ainda disfarçara­m alguma coisa, mas a carga sobre eles é enorme e vai fazerse sentir – e muito – daqui a 90 ou 180 minutos.

Rui Patrício e Cristiano Ronaldo chegam para me levar esperançad­o até ao jogo com o Irão. Patrício provou que a tensão no Sporting não deixou sequelas de maior. Ronaldo, agora com 33 anos, continua a ser Ronaldo, se é que não é mais Ronaldo ainda. Por mim, adoro a tal história dos 109 golos de Ali Daei. O capitão não descansará enquanto não os ultrapassa­r.

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