O “LIVRE-RATO”
Uma equipa pode estar totalmente afinada, na tática e no talento, que um simples lance no início pode mudar-lhe logo todas as coordenadas. Sucedeu à Colômbia frente ao Japão da técnica e posse com a expulsão e penálti, logo a abrir, da “rocha” Sánchez.A raça e a intimidade com bola dos jogadores confirmou a situação na primeira parte. Meteu outro médio-centro de contenção/recuperação, Barrios, e passou a meter a bola numa espécie de saco que é a bota canhota deQuintero.O jogo entrou numa dimensão individual de passe sobrenatural. Passes deum “livre-rato” que fez a bola passar, como se fosse um roedor matreiro, por baixoda barreira,que saltou no livre, até entrar no buraco mais escondidoem baixo na baliza.O problema surgiu quando a equipa sentiu o desgaste físico e deixou de conseguir pegar/ recuperar a bola, baixando no terreno, e assim Quintero, que só joga com a bola no pé, desapareceu. A bola saiu do saco e nunca mais voltou lá para dentro.A entrada de James foi para tentar ganhar numa altura em que a equipa já não tinha o essencial – a bola, claro – para o fazer. Acabou por perder o jogo.
Há equipas que não conseguem mudar este chip de relação jogo-bola. São as que fazem melhor ao futebol, mas não são as que sabem os segredos mais venenosos. O “livre-rato” não chegou.