Derrotas morais
Devo dizer que não me surpreendeu a boa prestação de Mathew Leckie frente à Dinamarca. Sigo-o desde os tempos do Adelaide United e... Estou a gozar! Nem vi o jogo, ao contrário de muitos dos leitores que se encontram em casa com baixa médica. Alegaram não ter condições psicológicas para trabalhar até 15 de julho, não foi? Eu ontem não quis ver nada, estou ainda a tentar esquecer o trauma de quarta. Sim, eu sei que vencemos, mas sinto que não merecemos. É como encontrar uma carteira com dinheiro na rua e não a devolver. Oportunista é o que se chama a quem faz isso, ou a quem converte a única chance de golo que tem. Há também quem chame ladrão mas não vamos falar do selecionador de Marrocos agora. Depois de uma década de vitórias morais, em que jogávamos bem mas perdíamos, enfrentamos agora as difíceis derrotas morais. Marcelo Rebelo de Sousa, no final do jogo, foi ao balneário (um gosto adquirido no Estoril Open) e disse aos jogadores que o próximo é para ganhar. Se calhar o melhor é ser ele a dar a palestra ao intervalo. Aliás, podiam trocar: Marcelo orientava a equipa e Fernando Santos, que tem características que sempre apreciámos em chefes de Estado, como discrição e passividade, ficava no Palácio de Belém, à espera de receber a equipa vitoriosa.
Depois de uma década de vitórias morais, em que jogávamos bem mas perdíamos, enfrentamos agora as difíceis derrotas morais