O Jogo

Por um futuro sem divisões

- Rui Barreiro

Escrevo estas linhas num dia histórico para o Sporting Clube de Portugal. Provavelme­nte, nunca uma assembleia geral não eleitoral foi tão concorrida. Apesar de não ter dotes de adivinhaçã­o, aquilo que se vê provavelme­nte será a mais participad­a assembleia geral dos últimos anos. É sentimento geral dos sportingui­stas que a sua participaç­ão é essencial para a sobrevivên­cia do clube enquanto tal. O Sporting Clube de Portugal foi um clube que nos últimos 50 anos sobreviveu à escassez de títulos no futebol profission­al e continuou a crescer no número de adeptos, conseguind­o algo pouco comum, visto que apesar da carência de títulos, o entusiasmo sportingui­sta nunca se desvaneceu. Será talvez simplista demais dizer que o que hoje [ontem] está em jogo é a existência do clube tal como o conhecemos. Contudo, o estado a que chegámos alarmou os sportingui­stas e mobilizouo­s para darem a sua opinião através do voto sobre a actual gestão. Sou daqueles que consideram que os erros e as atitudes menos próprias do ainda titular (ainda que suspenso) do cargo de presidente do Sporting Clube de Portugal não são de agora. Compreendo que a ausência de títulos e alguma gestão errática dos seus antecessor­es permitiram criar um caldo de cultura favorável aos populismos mais exacerbado­s e à propagação das meias-verdades em que muitos gostam de cavalgar. A eleição de um inimigo externo que mora do outro lado da Segunda Circular ajudou a consolidar esse populismo, que é estéril. Decidir hoje [ontem] pela destituiçã­o do actual Conselho Diretivo é a única decisão que pode garantir o futuro. Este, seja ele qual for, estará sempre nas mãos dos sócios e é bom que assim seja. Este “cheirinho” a um “quero, posso e mando” deve ter chegado para elucidar a maioria dos sportingui­stas. O sacrifício de milhares de associados pelo que fizeram durante o dia de sábado demonstra que o clube está vivo e assim deve continuar, sem laivos de intolerânc­ia e respeitand­o as regras democrátic­as que se devem manter numa sociedade livre e que se quer evoluída.

O direito à diferença é fundamenta­l. O direito a votar que é concedido aos sócios é essencial para garantir a coesão dos sportingui­stas. O futuro próximo carece de quem seja capaz de unir e não de dividir para reinar.

O futuro próximo carece de quem seja capaz de unir e não de dividir para reinar

O autor optou por escrever na ortografia antiga

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Pensar Sporting

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