SEM FANTASMAS
CARLOS QUEIROZ E UM CADASTRO DE TRÊS MATCH POINTS PERDIDOS EM MUNDIAIS NO CAMINHO DOS “OITAVOS”
Fernando Santos: “Vamos provar que temos qualidade” Queiroz: um herói iraniano com contas por acertar Opinião de Luís Freitas Lobo, Manuel Queiroz, Pejman Rahbar e Joana Marques Polónia-Colômbia 0-3: Quintero e James estratosféricos
Portugal chegou apenas uma vez ao terceiro desafio da prova já qualificado e por duas vezes atingiu o resultado de que necessitava para passar. Hoje bastalhe um empate com o Irão para se apurar
match point: o termo vem do ténis, não do futebol, e acontece quando um jogador tem a possibilidade de ganhar um ponto que dá a vitória no encontro. O Portugal-Irão de hojefoiconsideradoummatch point por Carlos Queiroz, selecionador do Irão, o último obstáculo da equipa das Quinas nesta fase de grupos e também ainda na luta por uma vaga nos oitavos de final.
Uma partida em que um empate basta à Seleção Nacional para seguir em frente, porque tem mais um ponto do que os iranianos. Uma vantagem, portanto, para o conjunto comandado por Fernando Santos. Contudo, no passado, a Seleção já perdeu três match pointsemcincodisputadosem Mundiais – em 2006, chegou ao último desafio da fase de grupos já qualificada. Más recordações, sobretudo as de 1986 e 2002, quando teria bastado precisamente uma... igualdade. Na edição do Mundialmexicano,Marrocosbateu (3-1) Portugal; passados 16
O saldo contra asiáticos é positivo: vitórias sobre a Coreia do Norte (5-3 e 7-0) e Irão (2-0), com uma derrota contra a Coreia do Sul (1-0)
anos, no regresso da Seleção a um campeonato do mundo, foi a anfitriã Coreia do Sul a vencer-nos (1-0), naquela que constitui também a única derrota lusa em Mundiais frente a asiáticos – ganhou duas vezes à Coreia do Norte (5-3, 1966, e 7-0, 2010) e uma ao Irão (2-0, 2006). Já em 2014, a missão era bem mais complicada: o triunfo (2-1) sobre o Gana foi insuficiente porque havia a necessidade de vencer por cinco golos de diferença.
As coisas correram melhor em 1966, com um brilhante triunfo (3-1) sobre o Brasil, numa partida em que podia perder pela margem mínima. Também em 2010, após nulo com o Brasil, embora Portugal pudesse perder até por... 6-0.
Em Europeus, refira-se, o aproveitamento português na última jornada das fases de grupo é perfeito, nunca tendo falhado o resultado de que necessitava para se qualificar.
Quanto às contas do grupo, ao contrário do ténis, em que um jogador pode ter vários match points, hoje, quando o árbitro apitar pela última vez, estará tudo decidido – sem prolongamentosoupenáltis–,entre portugueses e iranianos. Mas pode ainda dar-se o caso de um empate “perfeito” entre as seleções ibéricas (golos e disciplina) e nesse caso será feito um sorteio para desempatar.