BRUNO ESTRAGOU TUDO
Ex-presidente recusa destituição Deixou de ser sportinguista por 14 horas
Jogadores que rescindiram queriam conversar com a nova gestão, mas recuaram
Sócios foram claros: futuro deve ser sem Bruno, mas o ex-líder garante que resultado da votação de sábado foi viciado por um “conjunto de cretinos”. Nomeação de Sousa Cintra precipitou o volte-face
Os sócios disseram que queriam um Sporting sem Bruno (71,36% dos votos na reuniãomagnaforamde“sim” à destituição da Direção), Bruno acatou, em primeira instância, a decisão e, no Facebook, até chegou a prometer afastar-se por completo da vida do clube. “Para mim, acabou. Podia impugnar esta AG por todas as ilegalidades cometidas: sim. Mas não o vou fazer. Era só o adiar o ter de devolver o clube a quem nele mesmomanda”,escreveumadrugada dentro, concretizando: “Lutei tanto que secou. Não consigo mais sentir este clube... Não sou mais do Sporting porque fui enganado.” Adeus? Não. Horas após ter publicado estas palavras, o expresidente voltou à referida rede social para um autêntico volte-face, precipitado pela nomeação de Sousa Cintra como seu substituto na SAD do Sporting (ver página 23).
“Calma. O homem do tremoço vai ser presidente do quê?DaSAD?Chega!(...)Querem guerra. Eu compro! Vou impugnar a AG e o presidente da SAD ainda sou eu! Vou a eleições. Vamos ver quem vence. Se são a maioria dos sócios ou os ‘podres’ e os Viscondes!”, anunciou Bruno, justificando depois o porquê da primeira promessa: “Por muito que me queira afastar, não consigo! Bem sei o que disse amargurado, traído, ferido, que não queria ser mais adepto nem sócio, mas não consigo... (...) Eu bem queria, mas não consigo. Eu fico com o ordenado congelado, sem receber nada de nada, mas vou à luta pelos milhares que não querem mais os Viscondes ou aqueles que querem assaltar o Sporting. Eu posso perder, mas sim: não vou desistir.”
Passamos para o enquadramento legal. E pode Bruno candidatar-se às eleições de 8 de setembro? Até ver, sim. Mas até ver, pois é um dos visados no processo disciplinar que lhe foi levantado pela Comissão de Fiscalização liderada por João Duque à agora exDireção: hoje termina o prazo para que o ex-líder e os restantes ex-dirigentes respondam à nota de culpa (dez dias úteis), antes de o referido órgão avançar para uma decisão definitiva: esta pode, segundo os estatutos, ir da suspensão – até ver, provisória – à expulsão, mas para isso, tem de ser provada a existência de uma infração ao regulamento disciplinar. Caso tal aconteça, a comissão determina, por maioria, a pena a aplicar. E em caso de expulsão, neste caso aplicada a Bruno, este pode recorrer para a AG e serão os sócios a ter a última palavra em relação ao processo. “Até que os sócios me abandonem em definitivo, quero acreditar que pode existir um Sporting renovado e sem Viscondes!”, sustenta Bruno, que deixa antever na mesma publicação que, no dia 30, estará numa assembleia geral ordinária marcada para votar o orçamento do clube.
AG mal marcada, sem os votos necessários para a saída da Direção e com falta de anúncio no jornal do clube: eis os motivos que Bruno alega para impugnar a reunião magna