Segundo ouro para Gonçalves
Domingos Gonçalves vence Nacional de estrada e alcança a dobradinha na mesma temporada
Corredor da RP-Boavista é o segundo da história a sagrar-se duas vezes campeão (fundo e contrarrelógio) em poucos dias. Rúben Guerreiro, campeão em 2017, caiu na prova de fundo e desistiu
Belmonte viu Domingos Gonçalves gravar o seu nome na história. O corredor da RPBoavista ganhou isolado o Nacional de estrada e passa a ser o segundo a conquistar prova de fundo e contrarrelógio em três dias. Só Nelson Oliveira (Movistar), em 2014, alcançara semelhante feito. “Nunca pensei ganhar as duas provas”, vincou, exausto, no final dos 181,8 km. O calor abrasador condicionou, mas a média de corrida, a rondar os 42 km, superou em 15 minutos as melhores previsões. Nem as cinco passagens pela inclinada subida até Belmonte adiaram a definição da corrida. Ao quilómetro 10 já estavam 17 ciclistas em fuga, com destaque para Joaquim Silva e Tiago Machado, os “estrangeiros” do grupo, por Caja Rural e Katusha, respetivamente, e para os duelos entre RP-Boavista, Louletano, SportingTavira, com dois ciclistas cada, e W52-FC Porto, a mais representada, com três. Na primeira passagem pela meta, o pelotão estava a sete minutos e o grupo intermédio, no qual estava o campeão de 2016, José Mendes (Burgos), a mais de quatro. Ficava entregue ao leão Joni Brandão a única hipótesedeserepetirocampeão de estrada, uma vez que Rúben Guerreiro (Trek-Segafredo), titular do troféu, foi transportado para o hospital por precaução. Na terceira passagem pela chegada, Joni sacudiu com um ataque; o dragão César Fonte e Domingos seguiram-no. O campeão de contrarrelógio saltou depois, já na descida, apanhou o trio e isolou-se no plano, a 13 km da meta. Aguentou a ascensão, ganhando com 30 segundos sobre Joni e 34 sobre Henrique Casimiro (Efapel). “Já tinha ficado perto de vencer, mas ganhar assim tem um sabor fantástico. A minha equipa já merecia!”, celebra Gonçalves, agora entre os maiores do ciclismo nacional.