VAR ATIRA A ROJA PARA A LIDERANÇA
Só a consulta do vídeo nos descontos, a validar um golo de Iago Aspas que tinha sido anulado, evitou a derrota da Espanha
Foi por um triz que Marrocos não bateu ontem o pé à Espanha, clara favorita antes do início da partida. A surpresa total só não se verificou porque, já nos descontos, um golo inicialmente anulado por fora de jogo acabou por ser validado pelo VAR, numa decisão que fez toda a diferença, ao garantir um empate a duas bolas que “roubou” o primeiro lugar a Portugal, entregando-o à Espanha. Com este resultado, a Roja foi colocada no caminho da seleção russa na próxima fase, enquanto os portugueses terão de defrontar o Uruguai. Só o resultado das duas partidas dirá quem ficou a ganhar com esta decisão (milimétrica, mas aparentemente correta) do VAR.
E escrevemos milimétrica porque, na verdade, foi quase impercetível a diferença entre o tronco de Aspas e o pé do defesa marroquino que o co- locou em jogo. Para a história, de qualquer forma, fica o primor do remate do avançado do Celta, a desviar de calcanhar um cruzamento de Carvajal.
Tal como tinham feito frente a Portugal, os magrebinos voltaram a mostrar qualidade. A Espanha já estava mais do que avisada, mas não deixou de ficar surpreendida com o caudal ofensivo de um adversário que, além dos dois golos, ainda atirou uma bola ao poste, por Amrabat.
Marrocos foi mesmo a primeira equipa a marcar, numa jogada que teve mais demérito espanhol do que mérito próprio: Sergio Ramos e Inies- ta desentenderam-se, permitindo que Boutaib intercetasse a bola e corresse para a baliza, marcando à saída de De Gea.
Isco não demorou a empatar, na sequência de uma grande jogada individual de Iniesta (que fez a assistência), mas, pelo que se viu depois, a Espanha ainda não se recompôs da crise Lopetegui/Hierro. Esmagou na posse de bola (68 contra 32) e fez muito mais remates, é certo, mas mais uma vez esteve longe de convencer. Quanto a Marrocos, como se costuma dizer, saiu de cabeça erguida deste campeonato do mundo.
“Temos de ser autocríticos e este não é o caminho. Não podemos conceder tanto”
Fernando Hierro
Selecionador de Espanha “Frente a Espanha e a Portugal, mostrámos que estamos à altura desta prova”
Hervé Renard
Selecionador de Marrocos “Não podemos continuar a oferecer golos. Há que ter mais concentração”
Isco
Jogador da Espanha