O Jogo

BARBAS DE MOLHO

Cuidado com as tentações

- Joel Neto neto.joel@gmail.com

1 É de tal monta a excitação em torno de um possível encontro Ronaldo-Messi nos quartos de final do campeonato do mundo que as entourages do Uruguai e da França já devem ter em montagem o piquete de crise. É certo que Sepp Blatter não mora mais na FIFA, o que em princípio nos deixa um pouco mais tranquilos. Mas nem por isso a instituiçã­o abrandou, com Gianni Infantino, na sua demanda por otimizar lucros seja em que circunstân­cias for. E, depois de há quatro anos a Bola de Ouro da competição ter sido tão evidenteme­nte forjada no sentido da superestre­la mais convenient­e – Messi, mas até podia ter sido Ronaldo, se tivesse podido deixar-se em posição de tal coisa –, mais vale os restantes interessad­os em chegar aos “quartos” porem as barbas de molho. Com a FIFA (como com a UEFA), é assim: se há negócio, cuidadinho.

2 Bruno Alves colocou as coisas nos termos certos: “Ainda é cedo para voltarmos para casa.” Se a alguma coisa esta seleção nos habituou foi a cumprir o que promete. Ora, desta vez a promessa não foi que chegaria à final, mas foi que não deixaria a Rússia sem impregnar a sua marca na competição. Pois ainda não aconteceu. Portugal chegou com mérito aos oitavos de final, mas ainda não fez um grande jogo ou – muito menos – um grande resultado. O hat trick de Ronaldo contra Espanha ou o golo de bandeira de Quaresma ao Irão não chegam. Não está na hora de voltarmos para casa. Nem voltaremos.

3 E, pronto, aconteceu mesmo: uma equipa foi afastada dos “oitavos” por via dos cartões amarelos. É um insulto à verdade desportiva e é um insulto ao próprio futebol, como já aqui expliquei. De resto, havia de ter sido um candidato à vitória a ficar para trás, em vez do pobre Senegal. Logo víamos se a regra não mudava para 2022...

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