Defesa de Bruno foi aceite
Comissão de Fiscalização ignorou entrega da resposta fora do prazo
Comissão de Fiscalização reuniu-se ontem em Alvalade. Conclusão do processo disciplinar em curso pode levar, no limite, à expulsão de sócio dos visados pelo mesmo. Recandidatura em xeque
A Comissão de Fiscalização aceitou a resposta de Bruno de Carvalho e restantes elementos do Conselho Diretivo à nota de culpa enviada na sequência da suspensão decretada no passado dia 13. Segundo O JOGO apurou, o expresidente do Sporting e os elementos do Conselho Diretivo que o acompanharam, concretamente Carlos Vieira, Rui Caeiro, Luís Roque, Alexandre Godinho, Luís Gestas e José Quintela, enviaram o documento fora do prazo previsto, que terminou anteontem, porém a Comissão de Fiscalização – constituída por Henrique Monteiro, João Duque, António Santos, Luís Pinto de Sousa e Rita Garcia Pereira –, que se reuniu ontem em Alvalade, entendeu atender à mesma.
De acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, nas respostas dadas pelo presidente destituído e os membros supracitados foi solicitado à Comissão de Fiscalização que seja adicionada a prova testemunhal, ou seja, todos eles pretendem ser ouvidos no âmbito do processo disciplinar em curso, o qual, recorde-se, pode levar, no limite, à expulsão de sócio dos visados, algo que inviabilizará a possibilidade de Bruno de Carvalho se apresentar novamente a votos no ato eleitoral de 8 de setembro, ele que já admitiu publicamente a vontade de se recandidatar, depois da destituição no passado dia 23. Agora caberá à Comissão de Fiscalização agendar as audiências necessárias para a conclusão do processo disciplinar.
Bruno de Carvalho, esse, relembre-se, apelou há dois dias ao fim dos processos disciplinares que estão em curso, isto numa mensagem publicada na rede social Facebook onde fez um mea-culpa a respeito da forma como liderou o clube nos últimos cinco anos. “O meu desejo é simples, que se acabe com este processo disciplinar e se permita aos Sportinguistas ouvirem todos os que quiserem falar e decidirem o futuro do clube e SAD. E neste momento é muito importante não provocar mais fragmentações do universo leonino! Vamos encarar cada lista com o respeito que merece, pois querer servir o clube não é um ‘crime’, mas sim um ato de paixão”, escreveu então.
Ao antigo presidente do Conselho Diretivo do Sporting, Bruno de Carvalho, e membros não demissionários
Além de Bruno de Carvalho, estão sob alçada disciplinar Carlos Vieira, Rui Caeiro, Luís Roque, Alexandre Godinho, Luís Gestas e José Quintela
que o acompanharam até ao fim no exercício de funções são apontadas diversas infrações disciplinares, boa parte delas ao abrigo do Regulamento Disciplinar proposto pelo próprio e aprovado em assembleia geral em fevereiro último. Entre as infrações disciplinares constam violações de normas estatutárias, cumprimento pontual de disposições dos estatutos e regulamentos do clube, ou a falta de congregação aos termos e condições estabelecidos nos ditos estatutos, isto além de outras violações de conduta, que foram expostas, por exemplo, nos fundamentos para a destituição que foram apresentados na assembleia geral realizada
Comissão de Fiscalização – formada por Henrique Monteiro, João Duque, António Santos, Luís Pinto de Sousa e Rita Garcia Pereira – vai agendar audiências aos respondentes da nota de culpa, que poderão assim dar a sua versão dos factos
no último dia 23, no Altice Arena, em Lisboa. Aliás, também foram então apontadas violações de normas legais, como o artigo 177.º do Código Civil, referente às deliberações contrárias à lei e aos estatutos, assim como ilícitos penais previstos no Código das Sociedades Comerciais, como os artigos 516.º (Perturbação de assembleia geral), 518.º (Recusa ilícita de informações), 519.º (Informações falsas) e 522.º (Impedimento de fiscalização). Da conclusão do processo disciplinar dependerá assim a recandidatura de Bruno de Carvalho ao cargo que ocupou a partir de março de 2013, depois da demissão de Godinho Lopes.