João Sousa torna a adiar reviravolta
Em Wimbledon, o vimaranense, que entrou a perder, ainda disputou um quinto set e queixou-se de falta de fair play
Após 3h32 no court 10 do All England Club e de perder, 3-6, 3-6, 7-5, 6-1, 4-6, com Stakhovsky, minhoto despediu-se do ucraniano acusando-o de falta de fair play e vários meios de destabilização
Pelo segundo ano consecutivo, João Sousa (45.º ATP) ficou, ontem, pela primeira ronda do torneio de Wimbledon. E se há um ano perdeu face à exuberância do alemão, de origem jamaicana, Dustin Brown, desta vez foi confrontado com a larga experiência de Sergiy Stakhovsky (32 anos e 109.º mundial), um jogador conhecido pela apetência em criar determinadas polémicas. Longe daquela sua afirmação proferida há dois anos, em que jamais permitirá que a sua filha integre o circuito WTA, onde, como considera, “metade das jogadoras são lésbicas”, o jogador de Kiev teve, segundo João Sousa, comportamentos pouco dignificantes durante o encontro em que o português esteve bem encaminhado para, pela primeira vez na carreira, recuperar da desvantagem de 0-2 em sets.
Depois do cumprimento final, o vimaranense disse alto e bom som para Stakhovsky: “Falas muito, estás sempre a falar, não mereces levar o en- contro”. Importava descodificar a revolta de João Sousa, assim explicada: “Ele fez de tudo para me destabilizar durante o encontro. Parou o encontro muitas vezes, falou com o árbitro, queixou-se de tudo. Da parte dele não existiu o fair play que tem de haver entre os jogadores. Por isso, no fim relembrei-lhe todas essas condutas, algumas legais, assumo, mas mostrando que não partilho dessas formas de tirar proveito de determinado tipo de coisas para se vencer o outro. Da minha parte, deixou de ter um fã.” Sousa permanecerá em Wimbledon para disputar pares, ao lado do argentino Leonardo Mayer.