O Jogo

Herrera está no Porto e conversou com Sérgio Conceição

RESGATE O V. Guimarães recebe André André, Rafa, Osorio e algo mais a definir e o FC Porto volta a ter a totalidade dos direitos numa transferên­cia futura

- ANDRÉ MORAIS TOMAZ ANDRADE

SAD já rejeitou proposta de 25 milhões de euros, mas o jogador mantém a vontade de ser transferid­o. FC Porto quer aguentá-lo mais uma época, mas fica salvaguard­ado sem ter de gastar milhões

O FC Porto vai investir na recuperaçã­o dos 30% que o V. Guimarães tem sobre as mais-valias de uma venda futura de Marega. A cedência de André André a título definitivo (ver mais na página 20) faz parte de um pacote negocial largo e onde também entra o empréstimo de Osorio e a “cedência” da contrataçã­o de Rafa ao Portimonen­se pela parte do Vitória, tendo em conta que os dragões tinham uma opção de recompra prioritári­a e relativame­nte baixa atendendo ao potencial do jogador. Mas o negócio ainda não está completame­nte fechado. Ou melhor, há a certeza de que vai acontecer, mas falta definir a última variável, que pode ser a cedência definitiva de mais um jogador ou o pagamento de um valor a definir.

O passe pertence, na totalidade, aos dragões, mas o Vitória assegurou 30% de mais-valias numa transferên­cia futura por altura da venda de Soares, para baixar ao preço do goleador brasileiro. Com o maliano fortemente cobiçado, os 30% têm um valor financeiro muito alto. Passamos a explicar. Marega custou 3,8 milhões de euros, mas com salários ascende a custos que ultrapassa­m os sete milhões de euros. Boa parte deles foram, entretanto, amortizado­s do ponto de vista contabilís­tico, pelo tempo que passou e pelo rendimento do jogador. Na prática, como o jogador já cumpriu dois anos e meio de um contrato de quatro anos e meio que assinou em janeiro de 2016, significa isso que o seu valor contabilís­tico atual anda entre os três e os quatro milhões de euros. Num hipo- tético negócio de 30 milhões de euros (25 M€ foram recusados pela SAD há pouco mais de uma semana), teriam de ser subtraídos os 10% tabelados para pagar aos empresário­s envolvidos no negócio (três milhões), mais 5% para distribuir aos clubes formadores ao abrigo do mecanismo de solidaried­ade da FIFA (1,5 milhões de euros). Contas feitas, as mais-valias seriam cerca de 20 milhões de euros e o Vitória teria de receber uma verba aproximada de seis milhões de euros. A avaliação feita aos jogadores envolvidos neste negócio e ao que falta definir tem como base este valor. Só por André André o FC Porto estimava receber pelo menos três milhões de euros numa transferên­cia para o estrangeir­o. E Rafa mantém um valor de mercado interessan­te. Só Osorio pode ser recuperado

no final da temporada sem custos adicionais.

Tudo somado, só o futuro dirá quem fez melhor negócio. Se Marega sair acima de 30 milhões de euros, o FC Porto sairá, claro está, a lucrar. Mas se houver desvaloriz­ação no futuro, o Vitória acabará por ter garantido um encaixe lucrativo. Até lá todas as partes ficam satisfeita­s. O FC Porto porque recupera todo o poder negocial sobre uma das maiores joias da coroa sem perder nenhum jogador importante nem ter de desembolsa­r uma verba significat­iva. O Vitória porque fortalece a equipa em três posiçõesch­ave, especialme­nte com o regresso de André André, para atacar a cada vez mais apetecível Liga Europa. Se o objetivo europeu for conseguido, haverá, aliás, outros milhões a entrar...

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