Um Mundial diferente enterrou o tiki-taka
De resto, se as primeiras três semanas do Mundial revelaram alguma coisa foi que o tiki-taka está enterrado, ou perto disso
Éuma pergunta que tem sido feita em várias partes do mundo: é o melhor Mundial de sempre? Há para já um vencedor: Putin e a Rússia, porque toda a gente tem dito maravilhas sobre o ambiente nas várias cidades e havia muitos receios, por exemplo, sobre episódios de racismo, dentro dos estádios mas também fora deles. Esse medo é responsável, em parte, por ter havido poucos milhares de ingleses nas cidades do Mundial, mas isso é capaz de mudar agora. A surpresa da eliminação da Alemanha na primeira fase, uma novidade absoluta, a eliminação de Messi, Cristiano Ronaldo e Iniesta logo nos oitavos dá uma ideia de surpresa, o que dá interesse renovado à prova por muito que os grandes nomes façam muita falta. Mas há quatro anos, Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha, esta a então campeã do mundo, não passaram da primeira fase mesmo. De resto, se as primeiras três semanas do Mundial revelaram alguma coisa foi que o tiki-taka está enterrado, ou perto disso. Aquilo que foi um credo de uma nação futebolística desde 2008, replicada em todas as seleções e com bons resultados, aquilo que era tomado como “um modelo inegociável”, é hoje visto como um defeito, não como uma ideologia de futuro pelo menos. Depois de ter sido repudiado pelo seu criador, Pep Guardiola, agora está ligado a outra grande derrota de La Roja, a terceira nas últimas três grandes competições. Quando começam a acabar certos jogadores, acabam muitos sistemas.