O Jogo

PORMENORES MAIORES

DETALHES França e Uruguai equilibrar­am-se na maior parte do tempo, mas os gauleses tiveram a sorte do jogo do seu lado, benefician­do de um golo de bola parada e de um erro de Muslera

- RODRIGO CORTEZ

A este nível, os jogos decidem-se por pequenos pormenores. Esta é uma frase própria do léxico futebolíst­ico, tantas as vezes em que é utilizada. No jogo de ontem, fez todo o sentido, uma vez que foram três pormenores a fazer a diferença no 2-0 da França sobre o Uruguai que qualificou a primeira para as meias-finais. Os gauleses não foram notoriamen­te superiores, mas beneficiar­am da sorte do jogo e das incidência­s decisivas para o resultado.

Primeiro pormenor: a bola parada que resultou no 1-0. Griezmann cruzou para a área através de um livre da direita, Varane correu para a frente, antecipand­o-se a toda a gente e desviando depois de cabeça para o poste mais distante.

Segundo pormenor: Lloris. Quase logo a seguir, o Uruguai beneficiou de um livre em posição idêntica, mas do outro lado. Torreira marcou quase como Griezmann e até o cabeceamen­to de Cáceres fez lembrar o de Varane. Só que Lloris voou para uma defesa incrível, evitando o golo junto ao poste, com uma palmada.

Um lance que fez toda a diferença, uma vez que, caso a bola tivesse entrado, as equipas tinham ido para intervalo empatadas, o que talvez fosse maisjustot­endoemcont­aque o Uruguai, apesar do maior domínio francês na posse de bola, tinha construído as jogadas mais perigosas.

Ossul-americanos­entraram crentes e combativos para a segunda metade e, apesar de a França não facilitar atrás, os problemas começavam a rondar a área de Lloris. Só que, do outro lado, o terceiro pormenor determinan­te no jogo chegaria pelas mãos de Muslera. E no sentido literal da expressão. Num remate aparenteme­nte inofensivo de Griezmann, desferido de fora da área, que saiu à figura, o guardião uruguaio explicou ao mundo o que significa a expressão “mãos de manteiga” aplicada ao futebol. A bola embateu-lhe nos membros superiores, mas em vez de ser rechaçada para a frente, passoulhe por cima, entrando na baliza.

Atordoado, o Uruguai mal conseguiu reagir. A França teve a sorte do jogo, benefician­do dos pormenores decisivos. Mas, mais uma vez, mostrou qualidade para se assumir como um dos mais fortes candidatos ao título.

“O que nos faltou? Jogar melhor. O 1-0 foi num detalhe, mas depois eles controlara­m bem” “Acabo aqui o contrato, mas não sou eu que digo se fico a treinar o Uruguai”

Óscar Tabárez

Selecionad­or do Uruguai “Ficou a sensação de que podíamos ter chegado um pouco mais longe neste Mundial”

Suárez

Jogador do Uruguai “Quando nos concentram­os, somos capazes de ganhar a qualquer equipa” “Não festejei o golo porque devo muito aos uruguaios. Em dezembro, vou visitar o país”

Griezmann

Jogador da França “Peço desculpa. Na minha posição cometem-se erros destes. Há que seguir em frente”

Muslera

Jogador do Uruguai

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Varane abriu caminho ao triunfo da França, desviando de cabeça um livre cobrado por Griezmann
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