O Jogo

Gémeos rivais saem da casca

Percursos históricos têm muito em comum, mas só uma seleção fará estreia numa semifinal este século

- CARLOS ALBERTO FERNANDES

Gareth Southgate está próximo do protagonis­mo histórico que ninguém lhe augurava quando assumiu o comando dos Três Leões, num suposto período de transição pós-Sam Allardyce .“Ninguém é tão bom como se diz, nem tão mau como se diz”, afirmou ainda ontem com uma humildade que é popular, pelo menos enquanto continuar a vencer. Um triunfo hoje frente à Suécia significa recolocar, pela primeira vez no século XXI, a Inglaterra numa meiafinal, ou seja, no mapa das seleções que “contam”. O mesmo pensam os escandinav­os, também excluídos do lote prévio de favoritos.

Na verdade, o histórico das presenças de ambas em Mundiais foi tirado a papel químico. Cada uma foi a uma final em edições realizadas nos respetivos países, embora os britânicos tenham vencido (em 1966), enquanto os suecos cederam para o Brasil (em 1958). Ambas voltaram uma única vez a meias-finais: a Suécia foi terceira em 1994, enquanto Inglaterra alcançou o quarto lugar em 1990. Em (23) duelos entre si, também nada as separa: nove empates e sete vitórias para cada. Da última vez que se defrontara­m, em 2012, os nórdicos levaram a melhor (4-2) e Ibrahimovi­c ganhou o prémio Puskás com a célebre bicicleta de fora da área.

O tira-teimas desta tarde é de extrema relevância para ambas. De um lado, Southgate dispõe de um naipe de jovens de talento, entre os quais Kane – também ele a fazer história com os seis tentos já apontados –, enquanto do outro, Andersson conta com a força de um conjunto compacto, onde o cole ti vos obres sai. Resolvido o trauma dos penáltis, os ingleses encaram, como assumiu Southgate, uma “oportunida­de que pode nunca mais se repetir”. Mas, uma vez mais, a congénere escandinav­a tem ideia igual.

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Kane é o artilheiro da prova até ver, com seis golos

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