“HOUVE CONVITES, MAS AINDA HÁ O QUE FAZER”
SÉRGIO CONCEIÇÃO Treinador quer revalidar o título, ir mais longe na Champions e ganhar a Taça de Portugal, que lhe ficou atravessada na época passada, e por isso decidiu continuar
Ganhar o campeonato teve um sabor especial para Sérgio Conceição, sobretudo por ter quebrado o penta ao Benfica. O desafio colocado pelo Dragão ainda não acabou: permanecem sonhos por realizar
O trabalho de Sérgio Conceição no FC Porto despertou atenções e não só por uma temporada que terminou com a conquista do título, o principal objetivo da equipa. Os convites que reconheceu ter recebido, numa longa entrevista à revista “Cristina”, ajudam a perceber a dimensão daquilo que fez no banco comum plantel que, admitiu, era“low cost”. “Houve situações em que houve convites, aproximações. Mas a minha vontade era ficar no FC Porto. Acho que ainda há alguma coisa para fazer: voltar a ganhar o campeonato, irmos um pouco mais longe na Liga dos Campeões... E há uma competição que eu tenho atravessada: a Taça de Portugal, que foi mal perdida”, explicou.
O desafio a que se propôs há um ano era enorme, mas Sérgio Conceição estava bem identificado e preparado. “Era uma equipa de baixo custo, mas eu conhecia bem o que era a estrutura do FC Porto, também conhecia bem os jogadores que compunham o plantel. Tinha conhecimento de alguns emprestados que tinham qualidade para fazer uma época de acordo com aquilo que esperava deles”, frisou. Saber como juntar as peças do puzzle, porém, não era suficiente: “Sabia que ia ser difícil, que tínhamos um trabalho complicado pela frente. Até porque o Benfica tinha ganho os quatro campeonatos anteriores. Esteve forte durante a época e está forte neste momento. Penso que foi um campeonato bastante competitivo até um certo momento, comas três equipas ”, contou. Apesar da adversidade, o treinador percebeu que tinha chegado o momento de se sentar no banco de um clube que lhe tinha dado a mão, quando era mais jovem. “Para mim, os desafios são aliciantes. Aliás, a minha vida foi um desafio e continua a ser. Acho que voltei a um clube que, no fundo, me diz tanto e que estava numa situação complicada, depois de um rival ganhar quatro campeonatos seguidos. Senti que era o momento de tentar abraçar o projeto e tentar o que conseguimos fazer no final: ganhar o campeonato, que era o principal objetivo”, comentou. Apesar de ter conseguido o essencial, o treinador do FC Porto não se livrou de algumas críticas e contou como lida com isso, geralmente. “Não sou imune. Quem afirma que não liga ao que dizem nesta profissão, não está a dizer a verdade. Quem é apaixonado por aquilo que faz, gosta de saber o que pensam”, apontou.
A exigência no dia a dia é total e não se limita à hora e meia de treino que conduz todos os dias, dando Cristiano Ronaldo como exemplo. “Há um lado que as pessoas não conhecem e que tem a ver com o pré-treino e com o pós-treino, que é importante. E o Ronaldo nisso está num nível muito alto. Ainda há jogadores que não têm essa noção. Mas é preciso ser muito profissional neste meio tão competitivo para se ser o melhor e para patamares de excelência.”
“Há uma competição que tenho atravessada: a Taça de Portugal, que foi mal perdida”
Sérgio Conceição
Treinador do FC Porto