O Jogo

“HOUVE CONVITES, MAS AINDA HÁ O QUE FAZER”

SÉRGIO CONCEIÇÃO Treinador quer revalidar o título, ir mais longe na Champions e ganhar a Taça de Portugal, que lhe ficou atravessad­a na época passada, e por isso decidiu continuar

- ANTÓNIO M. SOARES

Ganhar o campeonato teve um sabor especial para Sérgio Conceição, sobretudo por ter quebrado o penta ao Benfica. O desafio colocado pelo Dragão ainda não acabou: permanecem sonhos por realizar

O trabalho de Sérgio Conceição no FC Porto despertou atenções e não só por uma temporada que terminou com a conquista do título, o principal objetivo da equipa. Os convites que reconheceu ter recebido, numa longa entrevista à revista “Cristina”, ajudam a perceber a dimensão daquilo que fez no banco comum plantel que, admitiu, era“low cost”. “Houve situações em que houve convites, aproximaçõ­es. Mas a minha vontade era ficar no FC Porto. Acho que ainda há alguma coisa para fazer: voltar a ganhar o campeonato, irmos um pouco mais longe na Liga dos Campeões... E há uma competição que eu tenho atravessad­a: a Taça de Portugal, que foi mal perdida”, explicou.

O desafio a que se propôs há um ano era enorme, mas Sérgio Conceição estava bem identifica­do e preparado. “Era uma equipa de baixo custo, mas eu conhecia bem o que era a estrutura do FC Porto, também conhecia bem os jogadores que compunham o plantel. Tinha conhecimen­to de alguns emprestado­s que tinham qualidade para fazer uma época de acordo com aquilo que esperava deles”, frisou. Saber como juntar as peças do puzzle, porém, não era suficiente: “Sabia que ia ser difícil, que tínhamos um trabalho complicado pela frente. Até porque o Benfica tinha ganho os quatro campeonato­s anteriores. Esteve forte durante a época e está forte neste momento. Penso que foi um campeonato bastante competitiv­o até um certo momento, comas três equipas ”, contou. Apesar da adversidad­e, o treinador percebeu que tinha chegado o momento de se sentar no banco de um clube que lhe tinha dado a mão, quando era mais jovem. “Para mim, os desafios são aliciantes. Aliás, a minha vida foi um desafio e continua a ser. Acho que voltei a um clube que, no fundo, me diz tanto e que estava numa situação complicada, depois de um rival ganhar quatro campeonato­s seguidos. Senti que era o momento de tentar abraçar o projeto e tentar o que conseguimo­s fazer no final: ganhar o campeonato, que era o principal objetivo”, comentou. Apesar de ter conseguido o essencial, o treinador do FC Porto não se livrou de algumas críticas e contou como lida com isso, geralmente. “Não sou imune. Quem afirma que não liga ao que dizem nesta profissão, não está a dizer a verdade. Quem é apaixonado por aquilo que faz, gosta de saber o que pensam”, apontou.

A exigência no dia a dia é total e não se limita à hora e meia de treino que conduz todos os dias, dando Cristiano Ronaldo como exemplo. “Há um lado que as pessoas não conhecem e que tem a ver com o pré-treino e com o pós-treino, que é importante. E o Ronaldo nisso está num nível muito alto. Ainda há jogadores que não têm essa noção. Mas é preciso ser muito profission­al neste meio tão competitiv­o para se ser o melhor e para patamares de excelência.”

“Há uma competição que tenho atravessad­a: a Taça de Portugal, que foi mal perdida”

Sérgio Conceição

Treinador do FC Porto

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