Adeus à Seleção não tira os pés da areia
Alan representou a Seleção vinte anos, foi campeão do mundo e sai seguro de não estar velho
Nome incontornável do futebol de praia nacional, Alan Cavalcanti disse adeus à Seleção Nacional no mês passado, no último jogo do Mundialito, em junho, vencido por Portugal. Foi a sexta vez que Portugal venceu esta competição.
Brasileiro de nascimento e naturalizado português, pôs um ponto final na ligação de duas décadas precisamente na mesma prova que lhe abriu a porta a uma longa carreira de Quinas ao peito. “Foi um ciclo muito bom para mim. Acho que a Seleção tem agora de ter um ciclo de renovação para continuar na senda de vitórias. Parei na mesma prova em que comecei, é simbólico. Ainda bem que comecei e acabei como vencedor. Quis parar podendo ainda continuar a jogar e saí antes que me dissessem que estava velho”, assume. E a pergunta impõe-se: “O Alan está velho?” “Claro que não!”, vinca o esquerdino de 43 anos.
Apesar da saída da Seleção, o atleta continua a competir. Neste momento está em Itália, a competir pela Canalicchio CT, mas continua ligado à equipa de futebol de praia da Casa do Benfica de Loures e tem outro projeto no nosso país... com outra modalidade. “Tenho a Escolinha de Futevólei Alan Cavalcanti, em Cascais. O objetivo é continuar a dar um contributo ao futebol português. No ano passado, a nossa equipa da escolinha foi campeã da Europa. Esta é uma modalidade que dá muita técnica para o futebol de praia e os atletas podem transitar de uma modalidade para a outra”, explica o internacional.
Alan entende que há talento nos jovens nacionais, que podem ingressar na Seleção, mas deixa o alerta: “Têm que trabalhar muito! E o talento também aparece com o trabalho.” Pela família que tem na Seleção – a “união também justifica o sucesso” –, Alan está disponível para ajudar noutras funções, sempre que o considerem útil.