O Jogo

“Tenho capacidade para ir a uns Jogos Olímpicos”

MARIANA MACHADO A grande figura da Seleção Nacional de juniores de atletismo falou a O JOGO, ela que está em alta após ter batido recorde com 31 anos

- RUI GUIMARÃES

Filha de Albertina Machado, e com apenas 17 anos, bateu, há cerca de um mês, em Espanha, o recorde dos 1500 metros de juniores que era de Fernanda Ribeiro desde 1987, com 4m14,09s

Fundista fez 4m13,31s, batendo, também, o recorde pessoal sénior da mãe, igualmente de 1987 (4m13,56s). As pessoas já olham para a Mariana como a sucessora da Fernanda Ribeiro. Como encara isso? —É verdade que, após ter batido o recorde dos 1500 metros, têm-me associado algumas vezes a ela. É um prestígio, ainda por cima sendo ela uma campeã olímpica, e são também bons indicadore­s para o futuro. Mas as vossas caracterís­ticas não são muito idênticas, ou são? —Eu nunca assisti a uma corrida da Fernanda Ribeiro, já vi várias vezes vídeos, de quando foi campeã olímpica dos 10 mil metros, mas sim, creio que somos diferentes, como todas as atletas são um bocadinho diferentes. Mas a garra e a atitude estão lá. Aí somos parecidas. E essas são caracterís­ticas decisivas? —São fundamenta­is. Às vezes não é só estarmos bem a nível físico, estarmos num grande momento de forma, é preciso, na hora H, estarmos especialme­nte bem e ter a tal atitude e garra que nos vai permitir alcançar o resultado que queremos. E são essas as

“Como qualquer atleta, o meu sonho é participar nuns Jogos Olímpicos. É para isso que trabalho. Quero um dia ter esse prazer, tal como a minha mãe e outras atletas tiveram”

caracterís­ticas que distinguem os melhores de entre os melhores. Que tipo de provas é que se imagina a fazer no futuro? —Nesta altura a minha base está nos 800/1500 metros, fiz uma vez os 3000, em que bati o recorde nacional de juvenis. Vou querer focar-me nos 1500 metros para criar bases rápidas e porque é fundamenta­l, mesmo numa prova de dez mil metros, ter uma boa parte final e como eu ainda sou muito jovem quero fixarme nestas distâncias, especialme­nte 1500 metros, que é das que eu mais gosto e tentar evoluir ao máximo. Qual é o seu sonho? —Como qualquer atleta, o meu sonho é ir a uns Jogos Olímpicos. É para isso que trabalho. Quero um dia ter

esse prazer, tal como a minha mãe e outras atletas tiveram. E nos Jogos Olímpicos já sonha com algum resultado em particular? —Não, não... [risos] O primeiro passo é chegar lá, depois de lá chegar, aí sim, terei a oportunida­de de poder sonhar mais alto. Mas primeiro há que alcançar a marca de qualificaç­ão. Tudo aponta para que esse primeiro sonho seja possível... —Não tenho dúvidas disso. Tenho alcançado bons resultados, batido imensos recordes nacionais, por isso tudo indica que sim. Se as coisas correrem bem, se não tiver lesões nem nenhum percalço nesta longa caminhada, acredito que tenho capacidade­s para ir a uns Jogos Olímpicos.

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