O Jogo

A culpa é do Jagger

- Joana Marques

Evoltámos a ter de esperar pelo prolongame­nto para saber o fim do filme. Gosto sempre quando há 30 minutos extra, éo equivalent­e àquelas promoções de“pague 1, leve 2”. E se esses dois incluírem Inglaterra e Croácia, tanto melhor. Foi um belo jogo, que nós, adeptos, já merecíamos, depois de ter aturado Suécias-Suíças. Quando já muitos antecipava­m um França Inglaterra, uma espécie de regresso à Guerra dos Cem Anos, eis que a Croácia se fez de convidada para a final. E lá vão eles, prontos a estender as suas toalhas de piquenique no relvado do Luzhniki e a desmanchar prazeres a França, que tem assim a oportunida­de de perder duas finais internacio­nais seguidas. Sem sequer precisar de

A Croácia fez-se de convidada para a final. E lá vão eles, prontos a estender as suas toalhas de piquenique no relvado do Luzhniki e a desmanchar prazeres a França

Jorge Jesus. Mick Jagger tem sido acusado pelos compatriot­as de ser “pé frio”. Mas há que ver o copo meio cheio (coisa para a qual os ingleses costumam ter jeito, pelo menos os que visitam o Algarve): Jagger esteve na bancada no Croácia-Rússia, e repetiu a dose ontem. Ou seja, o vocalista dos Rolling Stones não dá azar a Inglaterra, ele dá é sorte à Croácia. Deviam adotá-lo. Sinto esta derrota como uma espécie de castigo, penalizand­o uma certa fanfarroni­ce da cantiga “it’s coming home”. Não, a taça afinal ligou a avisar que não vai jantar a casa. Até porque detesta fish & chips.

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