A culpa é do Jagger
Evoltámos a ter de esperar pelo prolongamento para saber o fim do filme. Gosto sempre quando há 30 minutos extra, éo equivalente àquelas promoções de“pague 1, leve 2”. E se esses dois incluírem Inglaterra e Croácia, tanto melhor. Foi um belo jogo, que nós, adeptos, já merecíamos, depois de ter aturado Suécias-Suíças. Quando já muitos antecipavam um França Inglaterra, uma espécie de regresso à Guerra dos Cem Anos, eis que a Croácia se fez de convidada para a final. E lá vão eles, prontos a estender as suas toalhas de piquenique no relvado do Luzhniki e a desmanchar prazeres a França, que tem assim a oportunidade de perder duas finais internacionais seguidas. Sem sequer precisar de
A Croácia fez-se de convidada para a final. E lá vão eles, prontos a estender as suas toalhas de piquenique no relvado do Luzhniki e a desmanchar prazeres a França
Jorge Jesus. Mick Jagger tem sido acusado pelos compatriotas de ser “pé frio”. Mas há que ver o copo meio cheio (coisa para a qual os ingleses costumam ter jeito, pelo menos os que visitam o Algarve): Jagger esteve na bancada no Croácia-Rússia, e repetiu a dose ontem. Ou seja, o vocalista dos Rolling Stones não dá azar a Inglaterra, ele dá é sorte à Croácia. Deviam adotá-lo. Sinto esta derrota como uma espécie de castigo, penalizando uma certa fanfarronice da cantiga “it’s coming home”. Não, a taça afinal ligou a avisar que não vai jantar a casa. Até porque detesta fish & chips.