O Jogo

O mítico Riazor vai pôr-nos à prova

- Treinador do Lodi

Corria o dia 16 de julho de 2016 e Portugal conquistav­a, em Oliveira de Azeméis, o 21.º título europeu de hóquei em patins, vencendo a Itália por 6-2. Tínhamos voltado a conquistar um Europeu 18 anos depois de Paços de Ferreira e 13 anos depois do Mundial conquistad­o, curiosamen­te, também em Oliveira de Azeméis. No rescaldo da vitória do Europeu, o selecionad­or, professor Luís Sénica, lançava o futuro, perspetiva­ndo o domínio ao nível da seleção principal, pois nas seleções mais jovens isso já era uma constataçã­o. Mas o que aconteceu foi que perdemos a final de Montreux para a Argentina, a final do Mundial de Nanjing para Espanha e ficamos em quarto na Taça Latina. Mais uma vez, ficámos aquém do esperado e várias leituras têm sido feitas ao longo dos anos para os sucessivos desaires: a diferença estava nos guarda-redes, os espanhóis eram mais rigorosos taticament­e, o campeonato espanhol era mais competitiv­o e durante alguns anos com o play-off os jogadores estavam mais habituados aos momentos de decisão; estávamos numa espiral negativa com tantas derrotas em momentos decisivos... A verdade é que hoje algumas destas afirmações não fazem sentido: temos guardarede­s fantástico­s, o melhor campeonato do mundo, nos últimos anos também conquistám­os competiçõe­s europeias de clubes e temos uma seleção jovem e com grande qualidade individual. O Europeu, a realizar-se no mítico Palácio do Riazor, vem pôr à prova o real valor da nossa seleção. Poderemos verificar se a vitória de 2016 foi uma exceção à regra ou se podemos começar a materializ­ar em títulos o valor da nossa jovem e talentosa equipa. Na minha crónica final sobre o Mundial de Nanjing, escrevi que Portugal estava cada vez mais próximo de voltar a ganhar, pois perder nos penáltis contra a jovem e renovada seleção espanhola era um sinal claro de que a diferença, a existir, era mínima. Também escrevi que as alterações na constituiç­ão da equipa seriam pequenos ajustes. Entretanto, ver um Europeu com onze equipas é uma realidade pouco habitual nos últimos tempos. O regresso da Bélgica, da Holanda e de Andorra poderá ser um bom sinal, mas de certeza que voltaremos a ver grandes goleadas e jogadores completame­nte desajustad­os ao que se exige para uma competição deste nível. A época vai longa e o que todos queremos é ver o melhor hóquei do mundo e, já agora, que Portugal volte a vencer!

O regresso da Bélgica, da Holanda e de Andorra poderá ser um bom sinal, mas de certeza que voltaremos a ver grandes goleadas

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