Países exportadores voltam a ser líderes
A França é umas 16 vezes maior que a Croácia, em tamanho e em população, mas ambos os países são exportadores de jogadores de futebol. A Croácia tem uma pequena liga e apenas mil jogadores profissionais, enquanto a França, sendo muito maior, alimenta os campeonatos de Inglaterra, da Alemanha ou da Itália. O economista Branko Milanovic já estudou isto e a conclusão a que chegou é que se os melhores jogadores treinam juntos, então inevitavelmente são melhores. No jargão económico, têm maior retorno. E depois, como as seleções não podem integrar estrangeiros – até certo ponto, claro –, então Salah melhora muito a seleção do seu Egito ao beneficiar dos seus treinos no Liverpool. Em 2016 foi também um país exportador que ganhou o Europeu: Portugal, claro. Mas neste século, os Mundiais foram todos para países importadores, tirando o Brasil, em 2002. No total, está 10-10 e este ano os exportadores passarão para a frente. Na Croácia, consideram que além dos poucos mais de quatro milhões de pessoas que vivem dentro das fronteiras, há outros tantos a viver fora – a emigração é uma normalidade no país e no futebol especialmente. A França é só no futebol, mas aí está no top 3 mundial: havia cerca de 650 jogadores franceses no estrangeiro, segundo o Centro para o Estudo do Desporto (CIES) de Lausana, em maio, só atrás do Brasil (1200 – 221 em Portugal) e da Argentina (753). A seguir vem a Sérvia (460), e a Croácia estava em oitavo, com 323. Mas segundo o CIES, a Croácia é o maior exportador de jogadores “per capita”, ou seja, considerando a população do país e o número de jogadores registados.