O Jogo

PAULO BENTO FOI DES PEDIDO

Chongqing Lifan anuncia rescisão à 13.ª jornada. É a terceira vez seguida que técnico luso sai em fase prematura

- CARLOS ALBERTO FERNANDES SÉRGIO ANDRÉ

Triunfo em Tientsin, no sábado, não foi suficiente para alterar decisão tomada “a priori”. Desde que deixou Seleção, há quatros anos, o técnico ainda não encontrou sucesso. Jaime Pacheco estranha saída

Paulo Bento viu chegar ao fim a sua experiênci­a na China, onde comandou durante apenas 13 jornadas o Chongqing Lifan. O clube anunciou, em comunicado, que o treinador português deixou de orientar a equipa, dando lugar ao seu adjunto Hao Haitao. Segundo a Imprensa local, esta decisão estaria tomada antes da vitória de sábado – 2-1, com bis de Kardec – no terreno do Tianjin Teda, antecedida por uma sequência de seisderrot­asconsecut­ivas,entre as quais a da eliminação na Taça. Após uma série de reuniões, o Dandgai Internacio­nal Group, detentor de 90 por cento do clube, optou pela rescisão unilateral. Com duas Taças de Portugal e duas Supertaças, pelo Sporting, no currículo, Paulo Bento tem tido dificuldad­e em afirmar as suas ideias, depois de ter conduzido a equipa das Quinas às meias-finais do Euro’2012 e ao Mundial’2014. A derrota, em Aveiro, com a Albânia (0-1) no arranque da campanha de qualificaç­ão do Euro’16, em setembro desse ano, ditou o fim da sua ligação à federação. Desde então, o técnico nunca mais encontrou o sucesso. Após um período sabático de ano e meio, vol- tou ao ativo, mas esteve pouco mais de dois meses no Cruzeiro de Belo Horizonte, no Brasil, onde somou oito derrotas em 15 jogos. Seguiu para a Grécia,sendodespe­didodoOlym­piacos ao fim de sete meses, apesar de estar bem encaminhad­o para o título. Por fim, na Ásia, a sua sorte não seria muito diferente.

Identifica­do com a realidade da superliga chinesa, onde orientou o Tianjin Teda e o Beijing Guoan, Jaime Pacheco

admite a sua dificuldad­e em perceber esta decisão do clube da cidade de Chongqing. “Na China, temos de ser chineses e fazer uma ginástica mental para nos adaptarmos àquela realidade cultural”, salienta o técnico a O JOGO. “Não sei se o Paulo estaria adaptado, mas a verdade é que estava num clube que luta apenas pela manutenção, venceu o último jogo e estava em 13.º lugar, quatro pontos acima da linha de água. É estranho terem tomado esta decisão nesta altura”, considera.

“Muitas vezes, as mudanças na China estão relacionad­as com mudanças de gestores e não tanto com o trabalho dos treinadore­s. Uma coisa é certa, esta equipa não tinha condições para lutar pelos primeiros lugares”, afiança ainda Pacheco. Ao contrário dos rivais, o Lifan não tem figuras de renome, preenchend­o as vagas de estrangeir­os com quatro brasileiro­s, entre os quais os Kardec e Sebá, bem conhecidos dos portuguese­s.

“Na China, temos de ser chineses e fazer uma ginástica mental para nos adaptarmos àquela realidade cultural. Não sei se o Paulo estaria adaptado” “Muitas vezes, as saídas de treinadore­s na China estão relacionad­as com mudanças de gestores e não tanto com o trabalho dos profission­ais. É estranho o Chongqing Lifan ter tomado esta decisão” Jaime Pacheco Ex-treinador do Beijing Guaon

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