PAULO BENTO FOI DES PEDIDO
Chongqing Lifan anuncia rescisão à 13.ª jornada. É a terceira vez seguida que técnico luso sai em fase prematura
Triunfo em Tientsin, no sábado, não foi suficiente para alterar decisão tomada “a priori”. Desde que deixou Seleção, há quatros anos, o técnico ainda não encontrou sucesso. Jaime Pacheco estranha saída
Paulo Bento viu chegar ao fim a sua experiência na China, onde comandou durante apenas 13 jornadas o Chongqing Lifan. O clube anunciou, em comunicado, que o treinador português deixou de orientar a equipa, dando lugar ao seu adjunto Hao Haitao. Segundo a Imprensa local, esta decisão estaria tomada antes da vitória de sábado – 2-1, com bis de Kardec – no terreno do Tianjin Teda, antecedida por uma sequência de seisderrotasconsecutivas,entre as quais a da eliminação na Taça. Após uma série de reuniões, o Dandgai Internacional Group, detentor de 90 por cento do clube, optou pela rescisão unilateral. Com duas Taças de Portugal e duas Supertaças, pelo Sporting, no currículo, Paulo Bento tem tido dificuldade em afirmar as suas ideias, depois de ter conduzido a equipa das Quinas às meias-finais do Euro’2012 e ao Mundial’2014. A derrota, em Aveiro, com a Albânia (0-1) no arranque da campanha de qualificação do Euro’16, em setembro desse ano, ditou o fim da sua ligação à federação. Desde então, o técnico nunca mais encontrou o sucesso. Após um período sabático de ano e meio, vol- tou ao ativo, mas esteve pouco mais de dois meses no Cruzeiro de Belo Horizonte, no Brasil, onde somou oito derrotas em 15 jogos. Seguiu para a Grécia,sendodespedidodoOlympiacos ao fim de sete meses, apesar de estar bem encaminhado para o título. Por fim, na Ásia, a sua sorte não seria muito diferente.
Identificado com a realidade da superliga chinesa, onde orientou o Tianjin Teda e o Beijing Guoan, Jaime Pacheco
admite a sua dificuldade em perceber esta decisão do clube da cidade de Chongqing. “Na China, temos de ser chineses e fazer uma ginástica mental para nos adaptarmos àquela realidade cultural”, salienta o técnico a O JOGO. “Não sei se o Paulo estaria adaptado, mas a verdade é que estava num clube que luta apenas pela manutenção, venceu o último jogo e estava em 13.º lugar, quatro pontos acima da linha de água. É estranho terem tomado esta decisão nesta altura”, considera.
“Muitas vezes, as mudanças na China estão relacionadas com mudanças de gestores e não tanto com o trabalho dos treinadores. Uma coisa é certa, esta equipa não tinha condições para lutar pelos primeiros lugares”, afiança ainda Pacheco. Ao contrário dos rivais, o Lifan não tem figuras de renome, preenchendo as vagas de estrangeiros com quatro brasileiros, entre os quais os Kardec e Sebá, bem conhecidos dos portugueses.
“Na China, temos de ser chineses e fazer uma ginástica mental para nos adaptarmos àquela realidade cultural. Não sei se o Paulo estaria adaptado” “Muitas vezes, as saídas de treinadores na China estão relacionadas com mudanças de gestores e não tanto com o trabalho dos profissionais. É estranho o Chongqing Lifan ter tomado esta decisão” Jaime Pacheco Ex-treinador do Beijing Guaon