O Jogo

O fantasma do costume

Título europeu de hóquei volta a ser espanhol

- Textos PAULA CAPELA MARTINS

Desde 1998 que Portugal não vence Espanha na final. Esta voltou a ser campeã em casa como em 2008, sendo que não vencia desde 2012. Vai defender o título mundial em Barcelona’19 Espanha sagrou-se campeã da Europa, em casa, impedindo que Portugal conquistas­se o 22.º título europeu, o segundo consecutiv­o, após o fim de 18 anos de jejum celebrados em Oliveira de Azeméis’2016. Umanodepoi­sdafinaldo­Mundial perdida para Espanha nos penáltis, a Seleção Nacional su- cumbiu no eterno clássico e sem o sabor especial de vencer em casa do adversário, o que aconteceu pela última vez em Oviedo’1987, com dois golos de Vítor Hugo e um autogolo de Realista. A equipa de Luís Sénica não deixou a sua marca numa pista que só tinha acolhido Mundiais (Itália campeã em 1988;Espanhaem1­972)eonde tinha estado no início do mês para um jogo de preparação com o anfitrião que terminou empatado (2-2).

Ficou por quebrar uma espécie de enguiço, pois desde 1998, quando Portugal se sagrou campeão em Paços de Ferreira, que não bate Espanha no jogo do título e a última final ibérica recua a Paredes’2012, tendo terminado com triunfo espanhol a seis segundos do fim; agora, na balança das finais ibéricas, Espanha tem 15 ouros em 27 duelos.

Ontem, sem acerto na finalizaçã­o, a cometer erros defensivos, de novo com problemas nas bolas paradas (3/12 no Europeu)ecomosjoga­doresbem abaixo do real valor, Portugal deixou Espanha (não utilizou Raul Marin, reforço do Sporting) ter intensidad­e e ganhar vantagens no ataque.

Gonçalo Alves abriu o marcador, mas Portugal não teve tempo de desfrutar da vantagem porque Jordi Adroher soube como bater André Girão. De penálti, Gonçalo Alves teve nas mãos a chance de bisar, mas Fernández defendeu e Ferran Font deu a primeira liderança no jogo a Espanha. O jogadordoS­portingviu­depois cartão azul, após falta sobre Henrique Magalhães e, na segunda bola parada, Hélder Nunes atirou ao lado (livre direto). Sem resposta lusa, coube a Edu Lamas (médio do Liceo e a jogar em casa) ser melhor do que Girão no um contra um.

Ao intervalo, na frente por dois golos, Espanha estava a

25 minutos de juntar o título europeu ao mundial. Portugal ajudou, com uma bola perdida na meia pista, proporcion­ando a Alabart o quarto golo espanhol. A meio da segunda parte, com Pau Bargalló a marcar, o título afigurava-se entregue.

O facto de João Rodrigues ter reduzido (livre direto) não mudou nada. As facilidade­s concedidas ao anfitrião continuara­m, aproveitan­do Ferran Font, de fora, para massacrar ainda mais a seleção portuguesa que se despediu, a um minuto do fim, com João Rodrigues a fazer o 24.º golo no Europeu, que fez dele o melhor marcador na Corunha, assinando mais dez do que na edição de 2016, na qual também foi o goleador. Pelo contrário, Portugal não bisou.

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