Fonseca traça perfil do Zorya
Adversário na Liga Europa “é a equipa mais agressiva da Ucrânia”
Sem vitórias frente a clubes ucranianos, o Braga deve explorar as “marcações individuais” e os “arrastamentos” contra o Zorya. “Abrem espaços nessas situações”, explica o treinador do Shakhtar
Em condições normais, o Braga levará a melhor sobre o Zorya Luhansk. A cumpri a terceira época no comando do campeão Shakhtar Donetsk, depois de se ter despedido da Pedreira com a conquista da Taça de Portugal, Paulo Fonseca coloca os arsenalistas num plano elevado e não tem dúvidas de que somarão pelo menos uma vitória nas duas mãos da terceira pré-eliminatória da Liga Europa, o que nunca aconteceu em oito jogos europeus disputados contra equipas ucranianas – seis diante do Shakhtar Donetsk e dois frente ao Dínamo Kiev, em 2010/11, quando a formação de Domingos Paciência chegou à final da Liga Europa. “É desta que o Braga vai ganhar. O Zorya é a terceira força da Ucrânia, mas não está ao nível do Shakhtar e do Dínamo. Se o Braga disputasse a liga ucraniana, ficaria à frente do Zorya e somente atrás do Dínamo e do Shakhtar. O Braga é superior em todos os sectores, tanto tecnicamente como a nível tático”, considerou o treinador português, embora alertando os bracarenses para um adversário perigoso, sempre a espreitar o “contra-ataque”, e que praticamente joga de olhos fechados, por ter o mesmo treinador (Yuriy Vernydub) há oito anos e ter “mexido pouco” no plantel.
De contornos espartanos e com uma alma gigantesca, o Zorya é um perigoso couraçado, mas lida mal com as “marcações individuais” e “alguns arrastamentos” dos adversários. “Abrem espaços nessas alturas e o Braga deve aproveitálos para atacar. A imprevisibilidade e mobilidade dos joga- dores do Braga também será um problema para eles”, estimou Paulo Fonseca, catalogando o conjunto de Luhansk como a “equipa mais agressiva” da Ucrânia. “São de uma entrega extrema, correm muito. Apostam no contra-ataque e na verticalidade. A partir de um bloco baixo, chegam rapi--
Ala: com sete golos 2017/18, Artem Gromov é o homem-golo do Zorya Treinador: Yuriy Vernydub passou de adjunto há oito anos treinador principal no mesmo clube a “Se o Braga disputasse a liga ucraniana, ficaria à frente do Zorya e só atrás do Dínamo e do Shakhtar”
Paulo Fonseca
Treinador do Shakhtar Donetsk
damente à baliza do adversário, fazendo poucos passes nesses movimentos. Do ponto de vista defensivo, é uma equipa muito pressionante e o seu treinador não tem problemas em fazer marcações individuais”, explica.
Reportando-se à época anterior, Paulo Fonseca não tem memória de um único jogo fácil do Shakhtar contra o Zorya. “Defrontámo-nos umas cinco vezes e chegámos a perder um jogo. São sempre partidas muito difíceis; tirando oDí na mo, éaequip amais difícil da Ucrânia”, assinalou, garantindo que os perigos do próximo adversário do Braga na Liga Europa não têm rostos definidos. “Não têm figuras que se destaquem. Valem essencialmente pelo coletivo, sendo uma equipa muito equilibrada ”, vincou. A“agressividade” de que tanto fala Paulo Fonseca manifesta-se igualmente de diferentes formas e, nas bolas paradas, rende muitas vezes golos. “Como têm defesas muito altos e fortes, exploram muito os cantos; é outro aspeto a que os jogadores do Braga devem estar atentos. Por outro lado, sofrem poucos golos. Viu-se isso na Liga Europa, com várias equipas a sentirem dificuldades”, recordou.
Já o estádio de Vaporizai, a casa emprestada do Zorya, raramente se apresenta despido nas bancadas. “Foi construído para o Europeu e tem um bom relvado. Nos jogos com o Shakhtar, apresentaram quase sempre o estádio cheio. O Zorya tem adeptos fervorosos, mas não são um problema para os visitantes”, contou Paulo Fonseca.