O Jogo

O árbitro que sofre com falha da auxiliar

Augusto Costa, 47 anos, retirou-se da atividade, mas deixou o testemunho à filha, de 18

- —CLÁUDIA OLIVEIRA

O Torneio de Águeda, no último fim de semana, proporcion­ou uma equipa de arbitragem inusitada. Augusto Costa, árbitro retirado, foi o juiz principal e contou com a filha Cristiana (categoria C4) no papel de árbitra assistente. “Tenho muito orgulho! Quando ela nasceu eu já era árbitro. É normal que tenha seguido este caminho”, conta Augusto, que na época de 2008 apitou na I Liga nacional. É natural... mas a verdade é que foi o pai, responsáve­l pela formação do núcleo de árbitros de S. João da Madeira, quem lhe propôs, aos 14 anos, que frequentas­se o curso. “Depois de um jogo, e outro, fica lá o bichinho, não tem mais volta. Claro que me sinto responsáve­l”, admite, satisfeito e “muito orgulhoso” pela filha, que ingressou no curso de Educação Física, no ensino superior.

O Águeda-Tondela deste sábado foi mais um que fizeram juntos. “Não foi a primeira vez que aconteceu, mas nunca em jogos oficiais e nunca fez parte da minha equipa. Faz parte da equipa da Sandra Bastos, árbitra internacio­nal”, explica.

Inerente ao papel de árbitro está a capacidade de saber lidar com o insulto. No entanto, insultos a este elemento da equipa custam-lhe mais. Isso e o erro! “Abstenho-me. Não ouço os insultos como ela ouve, porque estou mais afastado, mas sabe-se que há alguma coisa pelo burburinho. É óbvio que custa. No erro, quando são do outro elemento da equipa, é normal, acontece, quando é ela dói muito. Ainda no sábado errou num lançamento lateral. Cheguei ao carro e disselhe logo!”, assume, satisfeito poresteser­ummomentom­ais propício à integração de mulheres no futebol, porque “adeptos e jogadores respeitam mais”.

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Filha e pai estiveram no Torneio de Águeda a apitar

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