O Jogo

“PODEM TER UM TOUR SÓ PARA FRANCESES”

Manager da Sky, Dave Brailsford, pode ter aumentado a contestaçã­o à dupla que comanda a Volta a França, enquanto Froome admite perder para Geraint Thomas

- FREDERICO BÁRTOLO

Corredores da Sky já têm sofrido com empurrões e insultos do público francês e a resposta ao diretor do Tour, Prudhomme, foi dura. Os britânicos vão abordar os Pirenéus em vantagem, mas sob pressão

Na véspera do segundo dia de descanso da Volta a França, o diretor do Tour, CristianPr­udhomme,relativiza­ra a ação do público contra a Sky. “Tem sido sempre água”, disse a propósito do líquido atirado a Chris Froome, numa alusão despreocup­ada. A resposta não tardou, e Dave Brailsford, manager da Sky, foi corrosivo: “Podem ter um Tour exclusivo para equipas francesas. Corremos em Itália, o caso [de salbutamol] estava em aberto e os italianos foram fantástico­s, para ser justo. Os espanhóis, igual. Parece ser uma questão cultural francesa. Não sei se gostariam que na Rússia tivessem cuspido nos seus futebolist­as...”

A pouca proteção dada aos corredores tem irritado a Sky. Em Itália, as barreiras colocadas nas principais subidas protegeram os ciclistas, mas em França teme-se que a corrida acabe influencia­da pelo público. O diretor da Sky confirma o receio. “Não acho que Froome e Thomas já admitem que podem manter as atuais posições vá parar. Não estou otimista. Estamos a tentar não reagir, mas não acho que cuspir faça parte deste desporto”, prosseguiu, com uma ameaça: “Se querem equipas internacio­nais aqui, devem tratá-las com mais respeito.”

A corrida recomeça hoje, tendo três dias nos Pirenéus a anteceder o contrarrel­ógio individual. O quinto posto de Romain Bardet, a 3m21s da amarela de Geraint Thomas, sugere que o jejum dos franceses passará os 32 anos, surgindo Tom Dumoulin e Primoz Ro- glic, dois contrarrel­ogistas, como maiores ameaças à coesão de uma Sky que sofreu um abalo com expulsão de Gianni Moscon, por agressão, e ontem teve uma curiosa conferênci­a de Imprensa dos dois primeiros. “Quero ser camisola amarela até onde conseguir”, disse Geraint Thomas, mudando o discurso. Froome, a 1m39s, e que nas anteriores quatrovitó­riaschegou­sempre ao segundo descanso de amarelo, também inovou: “Estamos em boa posição. Desde que ganhe um Sky, fico feliz.” “Não sei se gostariam que na Rússia tivessem cuspido nos seus futebolist­as. Mas aqui não há problema quando cospem em nós...” Dave Brailsford

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