O Jogo

Protesto de agricultor­es fez vítimas nos ciclistas

Início da etapa 16 da Volta a França ficou marcado por protestos e corte de estrada, com o gás pimenta da polícia a acertar em corredores como Thomas, Froome e Sagan

- FREDERICO BÁRTOLO

“Esperava ataques, mas ainda bem que não se materializ­aram. Agora será um dia de doidos” Geraint Thomas

Sky

“Estou aberto a novas experiênci­as, mas gás pimenta numa etapa do Tour?!”

Dan Martin

UAE Emirates

Polícia tirou fardos de palha da estrada e demoveu as reivindica­ções usando gás lacrimogén­eo e gás pimenta. Alaphilipp­e venceu de novo e a geral não mudou antes da etapa mais explosiva

Raramente um começo de etapa no Tour adquire um nível de turbulênci­a que justifique ser a principal notícia do dia. Porém, aconteceu na 16.ª etapa, a segunda mais longa desta edição. A cerca de 190 km da meta, agricultor­es furiosos invadiram o asfalto e bloquearam a estrada com fardos de palha, reivindica­ndo das condições laborais e da área lavrável. Portanto, nada relacionad­o com a corrida ou com as críticas do público aos corredores da Sky.

A polícia interveio e arredou os manifestan­tes, recorrendo a gás pimenta e a gás lacrimogén­eo. O pelotão abrandou inesperada­mente e vários ciclistas abandonara­m as bicicletas, esfregando os olhos. Os sprays de gases acabaram por impedir os corredores de prosseguir e as equipas médicas tiveram trabalho extenuante. A corrida esteve neutraliza­da e foi retomada 15 minutos depois, após imagens raras: Chris Froome e o camisola amarela, Geraint Thomas (Sky), mais Peter Sagan (Bora) estavam entre os mais queixosos e ficaram na berma da estrada, lavando os olhos com água.

A etapa, embora sendo a primeira nos Pirenéus, prosseguiu e nada mudou na classifica­ção geral. A vitória foi discutida entre os elementos de uma extensa fuga, com 47 ciclistas, e também nessa decisão surgiram peripécias. Philippe Gilbert (Quick-Step Floors) saiu da estrada e foi parar a uma ravina de quatro metros. Ainda terminou, mas para desistir mais tarde. O azar da formação belga foi atenuado pelo triunfo de Julian Alaphilipp­e, o segundo do francês neste Tour, benefician­do de um imprevisto de Adam Yates (Mitchelton­Scott). O britânico estava na frente no final da subida de primeira categoria mais difícil do dia (Col du Portillon), viu o francês aproximar-se numa descida técnica e acabou por tombar, deixando fugir o atacante ciclista da Quick-Step, cada vez mais líder da camisola da montanha. “Nunca esquecerei este dia. Foi perfeito”, comentou Alaphilipp­e.

Na geral, as descidas continuam a assustar e o controlo nas subidas é evidente. Ninguém arriscou sair do grande grupo e mantiveram-se as distâncias. Mais um dia de amarelo para Thomas, com o colega Froome a1m 39 se Tom Dum ou li na1m50s .“Esperava ataques, mas ainda bem que não se materializ­aram”, explicou o líder, antevendo a dificuldad­e extrema da explosiva e inovadora 17.ª etapa: hoje serão apenas 65 quilómetro­s, mas com três montanhasd­urís si mas. Os ciclistas partirão alinhados pela classifica­ção geral e esperam-se ataques desde a génese. Thomas define bem o quarto final em alto da corrida: “É a mais dura subida do Tour.”

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Polícia utilizou gás pimenta para afastar os manifestan­tes da estrada
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Alaphilipp­e deu alegria aos franceses
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Chris Froome foi dos mais afetados

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