O Jogo

Militão chega para central mas com rotinas alteradas

REFORÇO Contrataçã­o foi oficializa­da pelo São Paulo, que em 2018 o utilizou quase sempre à direita. No Dragão, é visto como opção principal para o centro, mas a polivalênc­ia agrada

- ANTÓNIO M. SOARES

Último jogo a central pelo São Paulo data de maio. Além de correr contra o tempo para chegar e poder jogar logo pelo FC Porto, o jovem de 20 anos tem de readquirir os hábitos da posição

Éder Militão chega ao FC Porto no início de agosto, logo a seguir ao jogo da Supertaça com o Aves. A confirmaçã­o surgiu ontem, quando o São Paulo emitiu um comunicado a oficializa­r a saída do jogador para os azuis e brancos, num negócio de quatro milhões de euros por 90 por cento do passe do defesa, sendo que os restantes 10 ficam na posse do emblema brasileiro. O FC Porto tinha urgência em garantir o reforço e por vários motivos. Além da falta de jogadores para o sector – a lesão de Mbemba (ver página 2) só agravou o problema – Éder Militão vai precisar de algum tempo para readquirir as rotinas de um central, porque já não é utilizado nessas funções desde maio. Basta dizer que em 2018 fez apenas cinco jogos no eixo da defesa “tricolor” e que desde 2017 para cá somou apenas 16. O São Paulo somou sete vitórias, cinco empates e quatro derrotas e a defesa sofreu 12 golos, ou 0,75 golos em média com Militão a central, o que até é bastante satisfatór­io naquele país.

Ao contratar o brasileiro, o FC Porto pretendia arrumar de vez com o reforço do eixo da defesa e Sérgio Conceição pensou nele para essas funções, mas a verdade é que também ganhou um jogador versátil, capaz de ser opção para o lado direito do sector, posição na qual tem sido utilizado com mais frequência no São Paulo e que lhe permitiu atrair atenções. No limite, Militão poderá ainda ser utilizado como médio-defensivo, funções que também não lhe são totalmente estranhas, e onde soma cinco jogos no último ano e meio. Para além de ter de recuperar rotinas, há aspetos que o futebol português obriga a melhorar. Nos 16 jogos a central, Militão conseguiu ganhar 56 por cento dos duelos individuai­s. Nos lances aéreos a percentage­m é idêntica, de acordo com os dados recolhidos pela Wyscout: 57%.

O finca-pé do São Paulo em segurar um jogador importante para os próximos quatro jogos decisivos da equipa, na tentativa de chegar à liderança do Brasileirã­o e a impossibil­idade de o FC Porto o ter pronto para competir a tempo do jogo da Supertaça com o Aves acabaram por aliviar a pressão dos últimos dias e contribuir para o acordo. A Sérgio Conceição restará cerca de uma semana até à primeira jornada da liga para reavivar a memória do jogador para as tarefas do eixo da defesa, porque fisicament­e nem haverá necessidad­e de pré-época, dado que Militão tem estado a competir.

FC PORTO CONTRATOU O JOGADOR AO SÃO PAULO POR QUATRO MILHÕES DE EUROS E 10 POR CENTO DE

UMA FUTURA TRANSFERÊN­CIA

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