Jagiellonia: teste duro, mas acessível a um Rio Ave focado
Asegunda temporada de Ireneusz Mamrot à frente do Jagiellonia Bialystok promete, acima de tudo, continuidade no projeto futebolístico de um clube que foi vice-campeão polaco nos últimos dois anos. A expressão física dos conjuntos do campeonato polaco potencia os riscos para o Rio Ave neste seu primeiro desafio oficial da temporada, mas os vilacondenses poderão encontrar formas de ultrapassar este rival. A proposta de Mamrot assenta numa ideia de posse, organizando-se a partir de um 4x2x3x1 inicial, com bastante mobilidade e troca de posições dos jogadores. Na primeira fase de construção, a equipa chama sempre um médio à proximidade dos dois defesascentrais, permitindo a projeção dos laterais. A equipa alimenta uma dinâmica de trocas posicionais a partir de vários triângulos que surgem na sua organização: no trio do meio-campo, que se apresenta móvel na verticalidade, tanto vemos Romanczuk como Pospisil recuar para dar início à manobra ofensiva; na projeção dos seus laterais, acaba por promover a presença dos seus extremos em terrenos interiores, o que permite combinações enquanto evolui no terreno, mas também na comunicação com o ponta de lança, como se vê na imagem da organização ofensiva. Neste tipo de situação, o Jagiellonia poderá conseguir ter situações de igualdade, ou mesmo superioridade numérica perto da área dos portugueses.
Desta forma, a equipa do Jagiellonia mantém-se paciente na forma como aborda os encontros, explorando a penetração dentro do bloco defensivo do adversário. Ainda assim, sem ter elementos que possam criar grandes desequilíbrios, à parte do canhoto Novikovas, a equipa polaca poderá ser contida por um conjunto vila-condense que se apresente concentrado em termos defensivos. A procura da sua referência na área, seja Sheridan ou Bezjak o escolhido, acabar por sofrer a tentação de se fazer através de cruzamentos para a área. O início de temporada, como seria de esperar, condiciona certas qualidades coletivas, mas na equipa apresentada por Mamrot não houve profundas alterações em relação à temporada passada, com os habituais titulares a manterem-se no plantel. Ao nível individual, como é o caso do internacional Frankowski, há jogadores ainda longe do seu máximo potencial nesta fase da época. A principal fragilidade do Jagiellonia acaba por ser o momento da perda da bola, apresentando lacunas evidentes na transição defensiva. A pouca capacidade de reação dos médios mais recuados, num conjunto que, muitas vezes, deixa espaço por explorar entre meio-campo e linha defensiva, torna este o momento a aproveitar para o Rio Ave chegar ao golo. Já em organização defensiva, como se mostra na imagem, o Jagiellonia apresenta-se em 4x4x2, sugerindo, em determinados momentos do jogo, a subida das suas linhas para pressionar o portador da bola no meio-campo adversário. A tentação de perseguir a bola é o elemento mais destabilizador, que acaba por poder originar vantagens para os seus rivais.
Nas bolas paradas, o Jagiellonia procura criar movimentações à procura do primeiro poste, onde pode surgir um dos seus jogadores mais altos a tocar para a baliza. Este mesmo movimento promove variações para libertar um companheiro que finalize em zona central. O avançado Sheridan, os médios Romanczuk e Kwiecien e os centrais Runje e Mitrovic são fortes argumentos para dominar no jogo aéreo. A expectativa inicial das duas equipas não pode conduzir o Rio Ave a recolher-se no seu meiocampo, tendo em conta a capacidade física de uma equipa do Jagiellonia que sofre, exatamente, quando é provocada. A velocidade da transição dos vila-condenses poderá ser a chave para regressar com um resultado positivo.
Frankowski fez parte da lista de préconvocados da seleção polaca para o Mundial 2018. Poderá estar entre os adversários de Portugal na Liga das Nações de próximo setembro
No primeiro jogo oficial da temporada, o Jagiellonia Bialystok perdeu em casa frente ao Lechia Gdansk. O português Flávio Paixão marcou o golo decisivo e João Nunes também atuou