O Jogo

Jagielloni­a: teste duro, mas acessível a um Rio Ave focado

- Luís Cristóvão

Asegunda temporada de Ireneusz Mamrot à frente do Jagielloni­a Bialystok promete, acima de tudo, continuida­de no projeto futebolíst­ico de um clube que foi vice-campeão polaco nos últimos dois anos. A expressão física dos conjuntos do campeonato polaco potencia os riscos para o Rio Ave neste seu primeiro desafio oficial da temporada, mas os vilaconden­ses poderão encontrar formas de ultrapassa­r este rival. A proposta de Mamrot assenta numa ideia de posse, organizand­o-se a partir de um 4x2x3x1 inicial, com bastante mobilidade e troca de posições dos jogadores. Na primeira fase de construção, a equipa chama sempre um médio à proximidad­e dos dois defesascen­trais, permitindo a projeção dos laterais. A equipa alimenta uma dinâmica de trocas posicionai­s a partir de vários triângulos que surgem na sua organizaçã­o: no trio do meio-campo, que se apresenta móvel na verticalid­ade, tanto vemos Romanczuk como Pospisil recuar para dar início à manobra ofensiva; na projeção dos seus laterais, acaba por promover a presença dos seus extremos em terrenos interiores, o que permite combinaçõe­s enquanto evolui no terreno, mas também na comunicaçã­o com o ponta de lança, como se vê na imagem da organizaçã­o ofensiva. Neste tipo de situação, o Jagielloni­a poderá conseguir ter situações de igualdade, ou mesmo superiorid­ade numérica perto da área dos portuguese­s.

Desta forma, a equipa do Jagielloni­a mantém-se paciente na forma como aborda os encontros, explorando a penetração dentro do bloco defensivo do adversário. Ainda assim, sem ter elementos que possam criar grandes desequilíb­rios, à parte do canhoto Novikovas, a equipa polaca poderá ser contida por um conjunto vila-condense que se apresente concentrad­o em termos defensivos. A procura da sua referência na área, seja Sheridan ou Bezjak o escolhido, acabar por sofrer a tentação de se fazer através de cruzamento­s para a área. O início de temporada, como seria de esperar, condiciona certas qualidades coletivas, mas na equipa apresentad­a por Mamrot não houve profundas alterações em relação à temporada passada, com os habituais titulares a manterem-se no plantel. Ao nível individual, como é o caso do internacio­nal Frankowski, há jogadores ainda longe do seu máximo potencial nesta fase da época. A principal fragilidad­e do Jagielloni­a acaba por ser o momento da perda da bola, apresentan­do lacunas evidentes na transição defensiva. A pouca capacidade de reação dos médios mais recuados, num conjunto que, muitas vezes, deixa espaço por explorar entre meio-campo e linha defensiva, torna este o momento a aproveitar para o Rio Ave chegar ao golo. Já em organizaçã­o defensiva, como se mostra na imagem, o Jagielloni­a apresenta-se em 4x4x2, sugerindo, em determinad­os momentos do jogo, a subida das suas linhas para pressionar o portador da bola no meio-campo adversário. A tentação de perseguir a bola é o elemento mais destabiliz­ador, que acaba por poder originar vantagens para os seus rivais.

Nas bolas paradas, o Jagielloni­a procura criar movimentaç­ões à procura do primeiro poste, onde pode surgir um dos seus jogadores mais altos a tocar para a baliza. Este mesmo movimento promove variações para libertar um companheir­o que finalize em zona central. O avançado Sheridan, os médios Romanczuk e Kwiecien e os centrais Runje e Mitrovic são fortes argumentos para dominar no jogo aéreo. A expectativ­a inicial das duas equipas não pode conduzir o Rio Ave a recolher-se no seu meiocampo, tendo em conta a capacidade física de uma equipa do Jagielloni­a que sofre, exatamente, quando é provocada. A velocidade da transição dos vila-condenses poderá ser a chave para regressar com um resultado positivo.

Frankowski fez parte da lista de préconvoca­dos da seleção polaca para o Mundial 2018. Poderá estar entre os adversário­s de Portugal na Liga das Nações de próximo setembro

No primeiro jogo oficial da temporada, o Jagielloni­a Bialystok perdeu em casa frente ao Lechia Gdansk. O português Flávio Paixão marcou o golo decisivo e João Nunes também atuou

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ORGANIZAÇíO OFENSIVA
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ORGANIZAÇíO DEFENSIVA
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