Ironias com falta de humor
Benfica e Sporting receberam pequenos “lembretes” do que pode ser o futebol – há sempre uma carta na manga da crueldade
O Sporting viveu alguns dos momentos mais conturbados da sua existência. Divisão entre os adeptos é um sinal da complexidade desta fase
Ironia, diz o dicionário, é “uma forma de humor que consiste em dizer o contrário daquilo que se pretende dar a entender”. Ora, se é uma forma de humor, requer inteligência para ser entendida – quantas vezes há ironias que são como alertas; outras vezes parecem ser apenas cruéis, como poucas coisas além do desporto e da vida conseguem ser. E porquê esta conversa? Num dia em que ainda não era a sério mas parecia, com os grandes em campo contra adversários de nomeada, tivemos vários destes sinais. Em New Jersey, o Benfica parecia a caminho de encher o peito de ar antes de um triunfante regresso à pátria, mesmo tendo em conta que a Juventus ainda não tinha Ronaldo, nem Dybala, Matuidi, entre outros. Grimaldo abrira o ativo com um livre superiormente executado (ao ponto de tornar obrigatória esta expressão!) mas o empate e, sobretudo, o desempate, com o decisivo penálti a ser apontado por Alex Sandro (que frisou ser “dragão de coração”), já é quase do domínio da piada. Se a isto juntarmos o traumatismo craniano sofrido por Ferreyra, coprotagonista da novela de préépoca benfiquista a meias com Jonas, por causa de pseudodiscussões sobre pseudodiferenças salariais, a piada entra no domínio do sadismo. O caso parece diferente em Alvalade – mais do âmbito domas o quis mo! Se algum mérito deves er dado aest aD ireção“in te ri na”éo de estar a construir um plantel forte, praticamente ao nível do da época anterior, ou seja, A. C .–“Antes do Cataclismo ”. Até comparando os que saíram aos que entraram: Battaglia e Matheus Pereira podem ser bons paliativos para as baixas de William e Gelson. Já o erro de Viviano... é como estar a acabar um castelo de cartas e este ruir pela base. Perante a notória divisão entre os adeptos e face às críticas das claques – particularmente dirigidas a quem foi embora, como Patrício – essa foi uma ironia das cruéis.