O Jogo

Ironias com falta de humor

Benfica e Sporting receberam pequenos “lembretes” do que pode ser o futebol – há sempre uma carta na manga da crueldade

- João Araújo joao.araujo@ojogo.pt

O Sporting viveu alguns dos momentos mais conturbado­s da sua existência. Divisão entre os adeptos é um sinal da complexida­de desta fase

Ironia, diz o dicionário, é “uma forma de humor que consiste em dizer o contrário daquilo que se pretende dar a entender”. Ora, se é uma forma de humor, requer inteligênc­ia para ser entendida – quantas vezes há ironias que são como alertas; outras vezes parecem ser apenas cruéis, como poucas coisas além do desporto e da vida conseguem ser. E porquê esta conversa? Num dia em que ainda não era a sério mas parecia, com os grandes em campo contra adversário­s de nomeada, tivemos vários destes sinais. Em New Jersey, o Benfica parecia a caminho de encher o peito de ar antes de um triunfante regresso à pátria, mesmo tendo em conta que a Juventus ainda não tinha Ronaldo, nem Dybala, Matuidi, entre outros. Grimaldo abrira o ativo com um livre superiorme­nte executado (ao ponto de tornar obrigatóri­a esta expressão!) mas o empate e, sobretudo, o desempate, com o decisivo penálti a ser apontado por Alex Sandro (que frisou ser “dragão de coração”), já é quase do domínio da piada. Se a isto juntarmos o traumatism­o craniano sofrido por Ferreyra, coprotagon­ista da novela de préépoca benfiquist­a a meias com Jonas, por causa de pseudodisc­ussões sobre pseudodife­renças salariais, a piada entra no domínio do sadismo. O caso parece diferente em Alvalade – mais do âmbito domas o quis mo! Se algum mérito deves er dado aest aD ireção“in te ri na”éo de estar a construir um plantel forte, praticamen­te ao nível do da época anterior, ou seja, A. C .–“Antes do Cataclismo ”. Até comparando os que saíram aos que entraram: Battaglia e Matheus Pereira podem ser bons paliativos para as baixas de William e Gelson. Já o erro de Viviano... é como estar a acabar um castelo de cartas e este ruir pela base. Perante a notória divisão entre os adeptos e face às críticas das claques – particular­mente dirigidas a quem foi embora, como Patrício – essa foi uma ironia das cruéis.

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