O Jogo

“Falta de centrais? Há o Rúben Dias, o Edgar Ié...”

Fonte garante que os centrais chamados ao Mundial ainda estão aí para as curvas, lembra que a renovação tem de ser feita sem pressa e aponta algumas opções para o futuro

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Defesa recorre a declaração de Neymar para, em resposta aos críticos da Seleção no Mundial, lembrar que é mais fácil falar do que jogar. Mas admite que havia capacidade para chegar mais longe

A idade só conta para o Cartão do Cidadão. Para a Seleção Nacional, José Fonte considera que o rendimento é o mais importante. Por isso, o central garante que continua de “corpo e alma” na equipa das Quinas.

O que faltou a Portugal para fazer melhor no Mundial?

—Agora é fácil apontar isto ou aquilo. Foi o que foi… Acima de tudo, ficámos de consciênci­a tranquila, porque trabalhámo­s e demos tudo o que tínhamos. É verdade que ficámos tristes, porque sentimos que tínhamos capacidade para mais, mas no futebol as coisas nem sempre correm como queremos. O Uruguai teve a sorte de fazer dois bons golos naqueles remates e nós não conseguimo­s contrariar o resultado.

Como encarou as críticas que foram sendo feitas às exibições da Seleção Nacional?

— Falar de fora é muito fácil. Como disse Neymar e bem, falar até papagaio fala. Lá dentro é que é um pouco mais difícil. Nós queremos sempre fazer mais e melhor. Mas as pessoas precisam de perceber que também temos oposição e que essas equipas também têm qualidade, organizaçã­o e bons jogadores.

Até quando se vê na Seleção?

— Até quando o selecionad­or quiser e achar que sou preciso. Estou de corpo e alma na Seleção e sempre darei tudo por ela. Estarei para sempre agradecido ao míster Fernando Santos por me ter dado a oportunida­de de representa­r o meu país e estarei com ele e com a Seleção até à morte.

Entende que se diga que há falta de centrais na Seleção…

—… não.

Vê alguém com capacidade para em breve substituir a geração de que faz parte?

— Vejo. O Rúben Dias, por exemplo, éum jovem que tem jogado no Benfica e que tem uma mentalidad­e e um carácter muito bons, que quer trabalhar, aprender e melhorar. E essas qualidades são muito importante­s. Aqui no Lille há o Edgar Ié, que é muito promissor e passou pelas seleções mais jovens de Portugal. E hão de aparecer outros.

Acredita que a renovação vai começar neste próximo ciclo para o Europeu?

— Ela vai fazer-se quando o míster assim entender. A verdade é que nós ainda estamos aí para as curvas. O Pepe ainda é o jogador que é, o Bruno [Alves] assinou agora pelo Parma e ainda dá muito à Seleção, eu também… E estamos a jogar em campeonato­s competitiv­os. É importante existirem exemplos, para que sejam transmitid­os os valores a mística. Nós, os mais velhos, podemos funcionar como esses exemplos e sermos os líderes que mostram o caminho.

Gratidão: “Estarei com Fernando Santos e com a Seleção Nacional até à morte”

Críticas: “Como disse Neymar, falar, até papagaio fala; lá dentro é que é um pouco mais difícil”

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