Ficou a amarela e foi-se o líder
Rafael Reis cumpriu o objetivo, mas lamentou a desistência de Joaquim Silva, que apontava ao top 10
A primeira vítima do calor era um dos corredores mais importantes da Volta. Animado à partida, o exportista sofreu uma paragem de digestão ao ingerir muita água e perdeu o objetivo da época
O penafidelense Joaquim Silva chegou animado a Alcácer do Sal, abraçou os excolegas da W52-FC Porto, conversou com o antigo patrão, Adriano Quintanilha, e falou animado para O JOGO. “Já liderei a equipa em algumas corridas, a par do Sergio Pardilla. Fazê-lo na Volta é uma responsabilidade, mas sinto-me bem. Estive 21 dias em altitude e a minha meta é o top 10, que top 5 talvez seja demasiado”, disse-nos antes de iniciar horas de verdadeiro calvário.
O corredor da Caja Rural, que deveria substituir Rafael Reis nos primeiros lugares da geral a partir de domingo, dia em que se sobe a Serra da Estrela, bebeu demasiada água de início, sofreu uma paragem de digestão e parou antes da Saboia, ao quilómetro 125. “Ele foi assistido várias vezes, fizemos os possíveis, mas vinha desidratado desde os primeiros quilómetros”, comentou o enfermeiro Hélder Silva, que assistiu o ciclista, esta época já com 46 dias de competição e ainda à espera de renovar pelos
“A etapa foi positiva por mantermos a amarela, negativa por perdermos o nosso líder”
Rafael Reis
Caja Rural
espanhóis, que o têm nos préconvocados para a Vuelta.
“A etapa foi positiva por mantermos a amarela, negativa por perdermos o nosso líder para a geral”, analisou Rafael Reis, desanimado por agora lhe faltar o amigo e colega de quarto, mas preparado para lutar pelo menos mais um dia pela camisola. “Penso que será possível, mas falta saber como o pelotão vai reagir a esta etapa, que foi bem mais dura do que o gráfico dizia, teve temperaturas de 43 graus e mais de cinco horas de corrida. O corpo fica saturado”, desabafou.
Rafael Reis poderá aguentar na frente até sábado, mas era Joaquim Silva que se dizia “preparado para lutar na alta montanha”. A Caja Rural vai ter de repensar a estratégia e ontem o seu diretor desportivo, Jose Miguel Reviejo, ainda estava afetado: “Ele era o nosso líder nesta corrida, não sei o que faremos.”