“Temos de agarrar o momento de uma vida”
José Mota atribui favoritismo ao adversário, mas evoca a final do Jamor como exemplo de uma “equipa motivadíssima”
Apesar de ter lembrado que o Aves está na Supertaça “por mérito próprio”, o FC Porto tem “90 a 95 por cento de hipóteses” de vencer. Todavia, Mota diz que a equipa gosta de “situações anormais”
Dois meses e meio depois, o pequeno Aves está de novo na luta por um troféu. Os avenses jogam hoje, pela primeira vez na história do clube, a Supertaça, decorrente do triunfo na Taça de Portugal, o que também foi uma novidade para os lados de Santo Tirso. Apesar de se ter apresentado com um ar sisudo e concentrado, José Mota não escondeu a satisfação por ter, novamente, a oportunidade de enriquecer o currículo, embora o Aves tenha, pela frente, o FC Porto, campeão nacional. “Estes são os momentos que pretendemos viver. Desejo ter muitos desafios como a Supertaça. É um momento único, é a primeira Supertaça que disputo na carreira, a maior parte dos jogadores também nunca jogou uma Supertaça e temos de agarrar este momento, pois se calhar nunca mais o teremos na vida”, afirmou o treinador. Questionado sobre se o adversário oferecerá mais dificuldades do que as encontradas frente ao Sporting, devido à crise que os leões tinham vivido antes da final do Jamor, Mota desvalorizou e lembrou que o Aves é detentor da prova rainha por mérito próprio. “Estávamos motivadíssimos para vencer aquele jogo. Não foi por demérito do adversário que o ganhámos, mas sim por mérito nosso. Os jogadores estão com a concentração no máximo e temos de demonstrar ser uma verdadeira equipa para fazermos um bom jogo”, pediu.
Iker Casillas, guarda-redes dos azuis e brancos, disse que se o FC Porto não vencer a competição será uma “desilusão”. Mota compreendeu as palavras do espanhol. “São as declarações óbvias de um jogador que é campeão. O FC Porto tem 90 ou 95 por cento de hipóteses de vencer a final, mas nós gostamos de criar situações que não sejam normais”, lembrou.
A época, em termos oficiais, já começou para o Aves que venceu, nos penáltis, o Santa Clara na segunda fase da Taça da Liga, tendo empatado no tempo regulamentar (2-2) após ter estado a perder por 2-0. “Nesse jogo acabámos por fazer uma segunda parte de grande nível. Esta é uma partida diferente. Não vamos ter tanta bola e teremos de ser diferentes, desinibidos, concentrados e eficazes”, enumerou. Ganhar a Supertaça podia, para os avenses, ser o tónico ideal para um campeonato tranquilo, mas o técnico lembrou que o Aves tem de pensar à medida da dimensão do clube. “Teremos de ser muito rigorosos e humildes na abordagem ao campeonato. Não é por termos vencido uma Taça que teremos facilidades na liga. O Aves tem de perceber qual é a sua dimensão e o seu objetivo que é a permanência”.
“O FC Porto tem 90 ou 95 por cento de hipóteses de vencer a final, mas nós gostamos de criar situações anormais”
José Mota Treinador do FC Porto