“Podemos abanar, mas nunca vamos cair”
Advogado apresentou candidatura para “arrumar a casa” após turbulência. “Experiência”, vinca, será trunfo decisivo
Assume-se como candidato da “transição” e garante que não se perpetuará na presidência caso vença a corrida de 8 de setembro. Em 2022, diz, quer passar o testemunho com a certeza de que cumpriu a missão
Foi sob o lema “Pelo teu amor” que Dias Ferreira apresentou ontem a sua candidatura à presidência do Sporting. É, aos 71 anos, o candidato mais velho a submeter-se à vontade dos sócios, uma vantagem, diz, se prestarem atenção aos constantes serviços prestados a um dos amores da sua vida. O advogado avança, garantiu, para “arrumar a casa” – rejeita a ideia de “revolução” e fala em “reorganização” –, num dos momentos mais conturbados na história do clube; promete, contudo, não se perpetuar na liderança caso vença. “Em 2022 [referese ao próximo ato eleitoral], espero passar o testemunho com a alegria de ter cumprido a minha missão”, vincou.
“Avanço em circunstâncias diferentes em relação a 2011: estas eleições vão servir para fechar uma página, que teremos de recordar para não cairmos nos mesmos erros. E é claro que vamos pensar no futuro. Parto [para a corrida] com o objetivo de arrumar a casa. Passámos por um momento no qual abanámos, sim, mas não caímos. Aliás, podemos abanar, mas nunca vamos cair. Ganhando ou perdendo, o amor da massa associativa é sempre o mesmo; podemos abanar, mas não nos podem abater”, explicou num restaurante da capital, prosseguindo com a certeza que é em si que vai cair a maior soma dos votos: “Acredito que vou ganhar, porque os sócios me conhecem bem. Nunca me servi do Sporting, mas prestei-lhe imensos serviços – não percebo que alguém pense que isso pode ser negativo. Tenho experiência, que neste meio é essencial. Não caio aqui de paraquedas e sei que houve muita gente que achou que iria desistir; achei que aquela altura [quando assumiu vontade de ir a votos] não era a ideal para falar. Vou ganhar porque me convenci que o posso fazer.”
Melhorias significativas no futebol, formação e scouting, construção de uma nova Academia, mais perto do coração de Lisboa, manter a aposta –
“Estas eleições vão servir para fechar uma página, que teremos de recordar para não cairmos nos mesmos erros. Mas, claro, a olhar para o futuro”
“Vou ganhar porque me convenci disso”
“Nunca me servi do Sporting, mas prestei-lhe imensos serviços. Não caio aqui de paraquedas”
“Sofro pelos meus familiares benfiquistas porque eles estão envergonhados com o que se está a passar no clube deles”
“Lutarei sempre contra o que está mal no futebol”
sustentável – nas modalidades e executar a reestruturação financeira à Sporting SAD são algumas das bandeiras do seu programa, assim como... a luta constante pela verdade desportiva. Foi aí que, no discurso de Dias Ferreira, entrou o nome “Benfica”, mas apenas para esclarecer que nunca disse que sofre pelo rival. “Disse que os respeitarei na mesma medida em que nos respeitem. Sofro, sim, pelos meus familiares benfiquistas, porque eles andam envergonhados com o que se passa no seu clube. Lutarei sempre a favor da verdade desportiva, contra a corrupção e o que está mal no futebol. Não sei se sabem, mas quando ainda ninguém sabia bem o que era o caso dos ‘vouchers’ eu constituí-me testemunha do processo”, disse.