O Jogo

“Creio que fui um lutador simpático”

Rui Sousa acabou a carreira e agora, além de presidente de junta, vive da criação de aves exóticas

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“Era popular devido à minha longevidad­e e por falar com toda a gente” “Deixava o prof. José Santos nervoso por estar sempre na brincadeir­a”

Rui Sousa

Ex-ciclista

“Têm brincado comigo, dizendo que já pareço uma pessoa normal. Acabei de descobrir que quando corria, era realmente muito magro”, atira Rui Sousa a O JOGO, com uma gargalhada. O homem que foi cinco vezes ao pódio final da Volta a Portugal (uma vez segundo e quatro vezes terceiro), sem nunca a vencer, continua o mesmo bem-disposto, o que faz dele um dos condutores mais entusiasma­ntes da corrida. “Transporto os convidados do Santander e ainda faço comentário­s para os diretos da Sport TV”, explicou sobre a sua presença, um ano depois de ter terminado a carreira e confessand­o que anda “a matar o bichinho”: “O que é bom por estar onde sempre vivi, mas deixa alguma nostalgia quando os vejo partir de bicicleta...” Rui Sousa continua a ser o presidente da Junta de Freguesia de Barroselas e Carvoeiro: “Agora é lá que passo mais tempo, mas o meu ganha-pão é a empresa Bird Animal Center, de criação, importação e exportação de aves.” Aquilo que começou como uma paixão transformo­u-se numa profissão e o vianense garante ter “alguns espécimes verdadeira­mente raros, como o abutre-rei”: “É uma verdadeira joia de animal; tenho um casal selecionad­o, recebo muitos pedidos para os levar a parques biológicos, mas a esperança é a de que eles se reproduzam.”

Um ano depois de uma despedida comovente vai lançar um livro, no dia de descanso, e sabe que deixou um vazio difícil de preencher: “Era popular devido à minha longevidad­e e por falar com toda a gente, não só pelos resultados. Um atleta não se deve dedicar só à competição, também deveserumb­omconversa­dor, sobretudo numa modalidade como esta, que vive de patrocínio­s. Gostava disso e creio ter passado a imagem de um corredor lutador e simpático. Tinha um coração aberto e não haverá muitos assim, pois cada um tem a sua maneira de ser e muitos sentem a pressão quando chegam à Volta e jogam a época inteira. Gostava de ver espíritos mais descontraí­dos. Aliás, eu é que deixava o prof. José Santos nervoso, por estar sempre na brincadeir­a”, relatou.

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Rui Sousa passou da bicicleta para o automóvel

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