OLÉS A FECHAR A DURA BATALHA DO CAMPEÃO
O FC Porto entra em 2018/19 a vencer, mas teve de suar para virar o resultado e só depois do 2-1 deu um ar da sua graça. Aves combativo, até em excesso...
Sangue, suor e lágrimas, e desta vez no sentido literal das palavras. Jogo quezilento, Conceição expulso e os mais experientes a resolverem para os dragões. Mas é preciso melhorar...
Sérgio Conceição leva para o Porto a segunda Supertaça da carreira (a primeira foi como jogador, em 1996, época de estreia pelo FC Porto), mas mais incertezas do que propriamente confirmações. Brahimi saiu lesionado, Soares também e até Herrera terminou com sangue na face. A batalha de Aveiro sorriu ao FC Porto no final, mas foi o Aves quem mais faltas disparou. Luís Godinho não assinalou boa parte delas e da combatividade (às vezes excessiva) do vencedor da Taça de Portugal nasceu uma superioridade que os dragões demoraram a desmontar.
O triunfo por 3-1 acaba por parecer mais folgado do que realmente foi. E os olés do nal, no período em que realmente o melhor FC Porto apareceu, não chegam para esconder que o campeão voltou mas precisa de afinações. E muitas, especialmente se Brahimi tiver de parar, como se supõe, e Marega continuar fora das opções...
Com um onze mais próximo daquele que terminou a última época, o Aves começou por ser mais regular do que o FC Porto, perdido numa série de passes fáceis disparatados e muitas bolas deixadas ao acaso. Amilton, à direita, recolheu quase todas e nem Alex Telles teve pernas para o brasileiro, nem Diogo Leite foi sempre expedito no apoio. Foi assim que o Aves começou por marcar e, da mesma forma, podia até ter feito o 1-2 noutras ocasiões. Pelo meio, o empate do FC Porto graças a um rasgo de Brahimi, que jogou à margem de qualquer proposta que lhe pudesse desviar o foco e acabou por ser, durante o primeiro período, o único que, aqui e acolá, de forma individual, deu alguma chama ao Dragão.
A excelente organização do Aves e a ideia de contra-ataque que tão bem o salas exploraram não se desfizeram com o empate e só abanaram com o 2-1, que os portistas procuraram com sofreguidão (e algumas oportunidades...) no segundo tempo e conseguiram com uma jogada que Corona iniciou e Maxi terminou. O mexicano foi quem acrescentou explosão ao dragão. O uruguaio subiu quatro vezes, todas com critério e perigo. Os mais experientes apareceram para devolver uma tranquilidade que poucos minutos antes saíra fortemente abalada coma expulsão de Conceição, que não se calou coma cotovelada de Jorge Felipe que fez sangrar Herrera e passou (mais uma vez) ao lado do árbitro. A água na fervura deixou o Aves em banho-maria e soltou então uma versão do campeão mais próxima daquilo que se lhe conhece. Diogo Leite tranquilizou, Sérgio Oliveira cresceu, Otávio também, Óliver entrou muito bem e o Tecatito sacou de um golaço para fechar a festa e dar ao campeão o conforto absoluto, que não esconde a dificuldade anterior mas pode dar balanço para o que aí vem. A equipa mantém-se em obras, agora com alicerces mais sólidos para que se possa reerguer.