O Jogo

OLÉS A FECHAR A DURA BATALHA DO CAMPEÃO

O FC Porto entra em 2018/19 a vencer, mas teve de suar para virar o resultado e só depois do 2-1 deu um ar da sua graça. Aves combativo, até em excesso...

- Textos ANDRÉ MORAIS

Sangue, suor e lágrimas, e desta vez no sentido literal das palavras. Jogo quezilento, Conceição expulso e os mais experiente­s a resolverem para os dragões. Mas é preciso melhorar...

Sérgio Conceição leva para o Porto a segunda Supertaça da carreira (a primeira foi como jogador, em 1996, época de estreia pelo FC Porto), mas mais incertezas do que propriamen­te confirmaçõ­es. Brahimi saiu lesionado, Soares também e até Herrera terminou com sangue na face. A batalha de Aveiro sorriu ao FC Porto no final, mas foi o Aves quem mais faltas disparou. Luís Godinho não assinalou boa parte delas e da combativid­ade (às vezes excessiva) do vencedor da Taça de Portugal nasceu uma superiorid­ade que os dragões demoraram a desmontar.

O triunfo por 3-1 acaba por parecer mais folgado do que realmente foi. E os olés do nal, no período em que realmente o melhor FC Porto apareceu, não chegam para esconder que o campeão voltou mas precisa de afinações. E muitas, especialme­nte se Brahimi tiver de parar, como se supõe, e Marega continuar fora das opções...

Com um onze mais próximo daquele que terminou a última época, o Aves começou por ser mais regular do que o FC Porto, perdido numa série de passes fáceis disparatad­os e muitas bolas deixadas ao acaso. Amilton, à direita, recolheu quase todas e nem Alex Telles teve pernas para o brasileiro, nem Diogo Leite foi sempre expedito no apoio. Foi assim que o Aves começou por marcar e, da mesma forma, podia até ter feito o 1-2 noutras ocasiões. Pelo meio, o empate do FC Porto graças a um rasgo de Brahimi, que jogou à margem de qualquer proposta que lhe pudesse desviar o foco e acabou por ser, durante o primeiro período, o único que, aqui e acolá, de forma individual, deu alguma chama ao Dragão.

A excelente organizaçã­o do Aves e a ideia de contra-ataque que tão bem o salas exploraram não se desfizeram com o empate e só abanaram com o 2-1, que os portistas procuraram com sofreguidã­o (e algumas oportunida­des...) no segundo tempo e conseguira­m com uma jogada que Corona iniciou e Maxi terminou. O mexicano foi quem acrescento­u explosão ao dragão. O uruguaio subiu quatro vezes, todas com critério e perigo. Os mais experiente­s apareceram para devolver uma tranquilid­ade que poucos minutos antes saíra fortemente abalada coma expulsão de Conceição, que não se calou coma cotovelada de Jorge Felipe que fez sangrar Herrera e passou (mais uma vez) ao lado do árbitro. A água na fervura deixou o Aves em banho-maria e soltou então uma versão do campeão mais próxima daquilo que se lhe conhece. Diogo Leite tranquiliz­ou, Sérgio Oliveira cresceu, Otávio também, Óliver entrou muito bem e o Tecatito sacou de um golaço para fechar a festa e dar ao campeão o conforto absoluto, que não esconde a dificuldad­e anterior mas pode dar balanço para o que aí vem. A equipa mantém-se em obras, agora com alicerces mais sólidos para que se possa reerguer.

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