O Jogo

“LIGA DOS CAMPEÕES? PODE SER O NOSSO ANO”

Depois uma época turbulenta, por causa de uma lesão grave, a avançada do Sporting diz-se pronta para renovar o título nacional e ir longe nas competiçõe­s europeias

- MIGUEL GOUVEIA PEREIRA

“Há uma grande união no nosso grupo e nota-se no campo. Batalhamos para o mesmo lado” “A nível individual, espero fazer uma época tão boa como a primeira que fiz no Sporting”

Solange Carvalhas

Jogadora do Sporting

Avaldsnes (Noruega), Osijek (Croácia) e Dragon (Macedónia) são as adversária­s na fase de qualificaç­ão da Champions. Em dez grupos, passam os primeiros e dois melhores segundos

Eleita a melhor jogadora da liga feminina em 2016/17, a época passada não correu tão bem a Solange Carvalhas. A extrema do Sporting sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior em setembro e só voltou aos relvados sete meses depois. A O JOGO, a camisola 20 leonina fez a antevisão da próxima temporada, que espera sem lesões e só com vitórias nas competiçõe­s nacionais. O bónus será a entrada na Liga dos Campeões, cuja fase de qualificaç­ão as leoas começam a disputar a 7 de agosto, na Croácia.

—Quais as expectativ­as para esta época?

Como é óbvio, ganhar tudo a nível nacional. Temos sido as mais fortes e queremos sê-lo outra vez. A nível europeu, estamos a trabalhar para passar a fase a eliminar da Liga dos Campeões. Não será fácil, mas acreditamo­s que pode ser o nosso ano.

—No ano passado, o que faltou ao Sporting na Liga dos Campeões?

Sobretudo experiênci­a, temos uma equipa com muita qualidade e jogadoras internacio­nais, habituadas à pressão. Porém, era a estreia de muitas atletas naquela competição e isso talvez ditou a nossa nãopassage­m.

—Há ainda dificuldad­e das equipas portuguesa­s neste tipo de competiçõe­s?

Sim, porque existem diferenças. Há outros países que apostam na formação desde idades pequenas e, apesar de já haver mais condições e recursos, só agora estamos a começar esse processo.

—Sofreu uma lesão grave na época passada. Como lidou com essa situação?

Foi complicado. Tinha vindo de uma primeira época no Sporting excelente, a nível in- dividual e coletivo e começar a época logo com uma lesão tão grave, foi como ficar sem chão. Mas as grandes jogadoras também se veem nos momentos difíceis e aprendi a dar mais valor a outras coisas. Fui paciente, passei mais algum tempo com a família e os amigos. Felizmente, o clube também me deu todas as condições para eu recuperar o mais rapidament­e possível.

—Apesar do seu currículo, depois da lesão, tem de voltar a provar que merece um lugar no onze?

Tenho uma época de desvantage­m em relação às minhas colegas, mesmo tendo dado provas em Portugal e lá fora, ninguém é insubstitu­ível. Preciso de trabalhar tanto ou mais que elas para voltar ao nível que tinha. Depois destas lesões, nem sempre é fácil voltar a ter ritmo e recuperar também a nível psicológic­o.

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