“LIGA DOS CAMPEÕES? PODE SER O NOSSO ANO”
Depois uma época turbulenta, por causa de uma lesão grave, a avançada do Sporting diz-se pronta para renovar o título nacional e ir longe nas competições europeias
“Há uma grande união no nosso grupo e nota-se no campo. Batalhamos para o mesmo lado” “A nível individual, espero fazer uma época tão boa como a primeira que fiz no Sporting”
Solange Carvalhas
Jogadora do Sporting
Avaldsnes (Noruega), Osijek (Croácia) e Dragon (Macedónia) são as adversárias na fase de qualificação da Champions. Em dez grupos, passam os primeiros e dois melhores segundos
Eleita a melhor jogadora da liga feminina em 2016/17, a época passada não correu tão bem a Solange Carvalhas. A extrema do Sporting sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior em setembro e só voltou aos relvados sete meses depois. A O JOGO, a camisola 20 leonina fez a antevisão da próxima temporada, que espera sem lesões e só com vitórias nas competições nacionais. O bónus será a entrada na Liga dos Campeões, cuja fase de qualificação as leoas começam a disputar a 7 de agosto, na Croácia.
—Quais as expectativas para esta época?
Como é óbvio, ganhar tudo a nível nacional. Temos sido as mais fortes e queremos sê-lo outra vez. A nível europeu, estamos a trabalhar para passar a fase a eliminar da Liga dos Campeões. Não será fácil, mas acreditamos que pode ser o nosso ano.
—No ano passado, o que faltou ao Sporting na Liga dos Campeões?
Sobretudo experiência, temos uma equipa com muita qualidade e jogadoras internacionais, habituadas à pressão. Porém, era a estreia de muitas atletas naquela competição e isso talvez ditou a nossa nãopassagem.
—Há ainda dificuldade das equipas portuguesas neste tipo de competições?
Sim, porque existem diferenças. Há outros países que apostam na formação desde idades pequenas e, apesar de já haver mais condições e recursos, só agora estamos a começar esse processo.
—Sofreu uma lesão grave na época passada. Como lidou com essa situação?
Foi complicado. Tinha vindo de uma primeira época no Sporting excelente, a nível in- dividual e coletivo e começar a época logo com uma lesão tão grave, foi como ficar sem chão. Mas as grandes jogadoras também se veem nos momentos difíceis e aprendi a dar mais valor a outras coisas. Fui paciente, passei mais algum tempo com a família e os amigos. Felizmente, o clube também me deu todas as condições para eu recuperar o mais rapidamente possível.
—Apesar do seu currículo, depois da lesão, tem de voltar a provar que merece um lugar no onze?
Tenho uma época de desvantagem em relação às minhas colegas, mesmo tendo dado provas em Portugal e lá fora, ninguém é insubstituível. Preciso de trabalhar tanto ou mais que elas para voltar ao nível que tinha. Depois destas lesões, nem sempre é fácil voltar a ter ritmo e recuperar também a nível psicológico.