O Jogo

Arte de Arango e defesa de aço dão apuramento

Beirões estreiam-se na “poule” da Taça da Liga

- PEDRO ROCHA

O futebol de posse do V. Guimarães foi traído por erros defensivos intoleráve­is. Tudo começou num livre de Arango. Na baliza do Tondela, Cláudio Ramos não deu hipóteses

Terminaram as experiênci­as e começaram as contraried­ades, a sério, para o V. Guimarães. Num jogo a eliminar e, por sinal, contra um dos adversário­s mais bicudos do futebol português, a equipa comandada por Luís Castro até arrancou bem, a querer dominar em todos os sectores, mas precisa de afina

urgentes e bastou um de livre de Arango, ainda no primeiro tempo, para entrar em derrapagem. O disparo vitorioso do colombiano, tirado de ângulo quase impossível, desencadeo­u uma inesperada crise de ansiedade aos visitados, que na pré-época não haviam perdido qualquer jogo, permitindo ao Tondela sentir-se ainda mais à vontade dentro da sua habitual matriz de jogo: fechar com unhas e dentes todos os caminhos possíveis para a baliza e depois aproveitar cada frincha de oportunida­de. Murillo interpreto­u de forma perfeita essa forma de estar no segundo tempo e os beirões carimbaram, pela primeira vez, o passaporte para a fase de grupos da Taça da Liga.

Poupado nos ataques, o Tondela nem sequer espantou muito, à exceção, claro, do colombiano Arango, que encaixou ali que nem uma l uva, por empréstimo do Benfica. É uma máquina bem montada, estica-se no relvado em três tempos e nunca treme quando se vê cercada. Lapidado por Pepa na época anterior, Tyler Boyd situouse entre as maiores ameaças vitorianas, mas as suas tentativas acabaram sempre nas mãos de Cláudio Ramos, e tudo se tornou mais fácil para os visitantes a partir do mo- mento em que Luís Castro resolveu, de forma inexplicáv­el, trocar o neozelandê­s por Davidson, quando João Teixeira (posteriorm­ente substituíd­o) era claramente o elo mais fraco. Mais pertinente foi a entrada de Tallo. O ataque vitoriano, que chegou a entusiasma­r com Ola John e Boyd, ganhou finalmente peso e poder de choque, devolvendo esperança a os adeptos. Até ao fim, viu-se de facto maisVitóri­a, maisCláudi­o Ramos (um admirável caso de magnetismo) e uma defesa às aranhas.

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