Papagaios em vez de futebol
Chega hoje para ser apresentado, mas o futebol nem foi a primeira paixão do brasileiro, em criança
Primeiro Rogério Ceni, agora Diego Aguirre, os dois treinadores do São Paulo mostraram a convicção de que todo o potencial do defesa vai revelar-se a jogar na Europa com o FC Porto
Háum ano,RogérioCeni, então treinador do São Paulo, vaticinou um futuro risonho a Éder Militão, manifestando a certeza de que o defesa não
ficaria muito tempo no Brasil. “Vai ter um futuro brilhante, mas acho que não vai ficar muito tempo aqui”, comentou Ceni, depois de uma grande exibição do defesa, que chega hoje para ser apresentado. Ontem, na despedida, Diego Aguirre,atual treinador do emblema tricolor, também não poupou nos elogios: “É um grande jogador e seguramente vai triunfar na Europa porque tem condições muito boas. Agora foi embora, muita sorte para ele, mas vamos esquecê-lo.”
Mas estes elogios podiam não passar de ficção, senão tivesse havido uma mudança repentina em É der, que preferia lançar papagaios e andar de bicicleta. “Tem coisas que estão no sangue, porque no começo o futebol não era nada de especial para ele. Não achava que ele alguma vez fosse jogar.Mas de repente ele quis tentar, disputou campeonatos na região eum amigo nosso levou-o para treinar”, relembra Valdo Militão, pai do jogador, numa re- portagem ao programa “Jornal da Clube”. Discreto e pouco dado ao contacto com a Imprensa, o brasileiro vai reencontrar-se com um “irmão” que joga no FC Porto B. “Ele sempre foi muito amigo do Luizão, chamava-o de irmão.A relação deles sempre foi muito próxima e agora vão voltar a conviver”, lembrou o progenitor e antigo lateral-direito do Corinthians.O carácter forte é outro traço. “Não se deixa abalar, isso ajuda-o a ter um nível de concentração muito alto”, lembrou Agnello Souza, antigo treinador de Militão.No horizonte estátambém a seleção. “Tem todas as condições para chegar à seleção e acredito que nas próximas olimpíadas ele defenda as cores do Brasil”, comentou o pai.