PROMETEU UMA GOLEADA E DEU PEQUENO SUSTO
INCONSISTÊNCIA Um hat trick de Pizzi deixou as águias lançadas para a primeira vitória na Liga. Gestão a pensar na Champions e reação do V. Guimarães levaram ao 3-2
Rui Vitória vence pela quarta vez com o Benfica o jogo da jornada inaugural. Gedson voltou a mostrar talento, enquanto Ferreyra nem de penálti marcou. André André foi guerreiro até ao fim
Foi com contagem decrescente cantada desde as bancadas que se deu o pontapé de saída na liga portuguesa 2018/19. A bola saiu do V. Guimarães após o apito inicial de João Pinheiro, mas no final foi Pizzi quem a levou para casa como recordação. Com bons motivos para isso: o médio do Benfica fez os três golos da sua equipa na primeira parte e garantiu a preciosa vantagem que, apesar dos dois golos vimaranenses no segundo tempo, deu às águias os três primeiros pontos no campeonato. Cumpriu-se a tradição: com Rui Vitória, os encarnados ganham sempre na primeira jornada.
Na receção aos vimaranenses, o técnico do Benfica apostou no mesmo onze que enfrentara o Fenerbahçe, sendo que três dos titulares se estrearam pelo clube na I Liga: Vlachodimos, Gedson e Ferreyra. Ao 4x3x3 dos visitados, Luís Castro, condicionado pela ausência da dupla de centrais que planeava utilizar – Frederico Venâncio e Pedro Henrique –, respondeu com esquema semelhante. Contudo, cedo se perceberam grandes diferenças de andamento e entrosamento, que favoreceram as águias.
É certo que o primeiro guarda-redes a brilhar foi Vlachodimos, a cabeceamento de Tallo, mas o golo do Benfica chegou pouco depois, aos dez minutos. Um lance em que ficou claro aquilo que o jovem Gedson pode trazer de importante à equipa de Rui Vitória: rápida transição ofensiva. Após corte de Fejsa, arrancou em força e velocidade e assistiu Pizzi, que finalizou com classe. Desprotegido perante o endiabrado Salvio, Rafa Soares cometeu penálti sobre o extremo argentino que o compatriota Ferreyra – quase sempre desinspirado, à exceção da simulação decisiva no 3-0 – rematou para defesa “fácil” de Douglas. A resposta do V. Guimarães acabou no poste, depois de um erro de Jardel que João Carlos Teixeira aproveitou para testar Vlachodimos, com Boyd a acertar depois no ferro. Um lance que podia ter mudado o rumo do jogo.
A partir daí assistiu-se a um vendaval das águias em termos de domínio de jogo e carburando quase sempre pela direita, flanco onde nasceria o segundo golo, com Salvio e André Almeida a combinarem para o bis do eficaz Pizzi. Ele que completaria o hat trick com mais um remate colocado, neste caso após passe de Grimaldo. Três golos em zona central da área provam que o V. Guimarães não soube tapar o corredor do meio aos jogadores que aí surgiam para criar linhas de tiro e de passe.
Para os muitos adeptos que acorreram à Luz, o desejo de assistirem a uma goleada esfumou-se no segundo tempo. Isto porque o Benfica tirou logo o pé do acelerador, entrando em modo de gestão de esforço, a pensar na Champions e no Fenerbahçe. Até as substituições de Rui Vitória o deram a entender, um risco que podia ter dado mau resultado. O V. Guimarães foi ganhando supremacia e, com um André André a comandar a reação minhota com um golo e uma assistência, ainda assustou as bancadas.