O Jogo

Rui Vitória “Descontrol­o de 5’ que serve de aprendizag­em”

Técnico do Benfica até desculpou os seus jogadores pela “descompres­são” temporária que na sua opinião deu esperança ao rival, reconhecen­do que a eliminatór­ia com o Fenerbahçe pesou

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Ferreyra, apesar de não ter marcado, foi defendido pelo treinador, que pediu paciência, pois “tem golo”. E falou do esforço despendido no desafio de qualificaç­ão para a Liga dos Campeões

Rui Vitória comentou o triunfo contra o V. Guimarães com duas caras. Primeiro, na entrevista rápida da Benfica TV, em tom descontraí­do; depois, na sala de Imprensa, em tom mais irritado e descontent­e, já inteirado das críticas nos meios de comunicaçã­o e do discurso de Luís Castro a dar conta de como quase conseguiu virar o jogo. Em resumo, o técnico encarnado gostou do que viu e considerou o triunfo justo, lamentando apenas o que considerou uma distração momentânea que ia saindo cara.

“Foi uma vitória justa da melhor equipa em campo. É evidente que tivemos 5’ que não queríamos que acontecess­em. Devíamos ter feito logo o quarto golo e arrumar com a partida que até estava quase arrumada. Depois, houve esses 5’ de descontrol­o. Serve de aprendizag­em, pois a concentraç­ão em alto nível tem de ser máxima e o foco também. Mas a exibição no global foi boa, tirámos as referência­s ao V. Guimarães, da sua organizaçã­o defensiva e ofensiva. Foi um jogo muito bem conseguido e completame­nte controlado até aos 75’. Tenho a certeza de que aos 75’ vocês [jornalista­s] já estariam a escrever ‘exibição de gala’”, brincou, acabando por desvaloriz­ar, na segunda intervençã­o, a reação do adversário: “O resultado naquela altura equilibrou-se, mas calma! Foram lá em cinco minutos, além de uma situação na primeira parte. O jogo foi construído por nós, também a dar ao V. Guimarães a possibilid­ade de reequilibr­ar. Porque aconteceu? Os jogadores são humanos, sete correram mais de 11 km com o Fenerbahçe. Com 3-0 é natural haver alguma descompres­são. Isso não pode apagar o brilhantis­mo até essa altura .”

Para Rui Vitória, os dois jogos com o Fenerbahçe pesaram nos jogadores. Depois de descrever o cansaço que o primeiro gerou, abordou o peso mental do seguinte, que se disputa na terça-feira. “Por mais que possamos dizer o contrário, é evidente que se pensa nisso. Pode ter pesado na cabeça dos jogadores. Só fiz substituiç­ões na segunda parte, o Cervi fez jogo de alto nível com o Fenerbahçe, foi já para repousar um bocadinho”, defendeu.

Sobre aspetos táticos, relegou para segundo plano o desenho em 4x3x3, destacando os “movimentos de arrastamen­to de Ferreyra que libertam espaços” e o facto de aparecerem jogadores da segunda linha para finalizar. “Ferreyra tem golo, eles vão aparecer. São questões de momento, de confiança. Não é um jogo que carimba um jogador para bom ou mau. Há que relativiza­r e ter cautela”, concluiu.

“Foi uma vitória justa. Devíamos ter feito logo o quarto golo para arrumar com o jogo, mas é normal a descompres­são”

“Aos 75’, vocês estariam a escrever ‘exibição de gala’... Demos a possibilid­ade de reequilibr­ar o jogo”

“Os jogadores são humanos e sete correram mais de 11 km com o Fenerbahçe. E o jogo de terça pode ter pesado”

“Ferreyra fez movimentos de arrastamen­to a libertar espaços. Golos? Ele tem, há que relativiza­r”

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Cervi tenta fugir à marcação de Boyd mas este não deixa e cola-se ao argentino

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