O Jogo

O FABULOSO DESTINO DE MARIUS

Aboubakar: “Vou dar muitas alegrias aos adeptos”

- ANDRÉ MORAIS

A história do filho de pastores que ganhava 400 euros nos Camarões

Os empresário­s que o iam colocar na Suíça disseramlh­e que nem em seis meses jogaria na primeira equipa do FC Porto. Demorou apenas 25 dias e não foi para jogar, mas antes para se estrear a marcar

Marius Mouandilma­dji não é um nome com que os portistas estejam propriamen­te familiariz­a dose o apelido dificilmen­te alguém conseguirá um dia soletrar. O nome principal, pelo contrário, passou ontem a constar da relação real de jogadores do plantel principal que os adeptos portistas reconhecem. Até então, ninguém percebia muito bem quem era este avançado de 20 anos, que chegou de forma tão incógnita como discreta foi a sua apresentaç­ão enquanto reforço. A maioria apontava-o à equipa B mesmo depois dos 9’ contra o Newcastle, no jogo de apresentaç­ão. Com mais 9’ ontem e um golo no único remate que fezà baliza, och adia no( sim,é assim que se designa um indivíduo natural do Chade) afirmou atributos para ficar. Ou, pelo menos, para desafiar a sorte e contrariar o que lhe previram quando o jogador trocou o Grasshoppe­r, da Suíça, pelo FC Porto. Isso mesmo. “Agora pensas que o FC Portoéo clube ideal, mas em breve vais perceber que não é”, começou por dizer-lhe Emma Mimba, um dos agentes que estava a tratar da transferên­cia para os gafanhotos. “Respondeu-me que ou era primeira equipa ou nada. E que só queria ter tempo de jogo para se afirmar. Disselhe que nem em seis meses chegaria à equipa principal”, contou a O JOGO. Foram 25 dias, afinal...

Emma Mimba, que em Portugal jogou no Santa Maria, Leça, Vianense, Pedras Rubras, Valadares, Vila Meã, Sampedrens­e e Roriz, é agora CEO da Mimba Sports Management Agency. Foi ele que tratou de tudo com o Grasshoppe­r. “Pe-

“Não acreditei que chegasse à primeira equipa, mas está de parabéns pelo foco”

Emma Mimba

Empresário

diram um avançado africano, com o máximo de 20 anos e o mínimo de 1,85 metros. O Marius marcava muitos golos, falamos dele e o clube gostou”, relata. O Grasshoppe­r enviou um pré-contrato e tudo. A mudança estava consumada e o jogador tratou de tirar o vis toque lhe permitiria trabalhar em solo helvético. “Quando a embaixada deu o visto, ele foi para Portugal... Fiquei surpreendi­do, mas um amigo disse-me que era verdade e ele só assinaria se fosse para a equipa principal”, continua. Maxime Nana, o agente de Aboubakar, foi quem operou o “desvio” e o atacante nem hesitou, mudando logo de planos. Daí à apresentaç­ão foi um saltinho e até ao primeiro jogo oficial não passou muito mais tempo. Aspre visões de E mm aMimba, que tem colocado na Europa muitos jovens africanos de valor e até internacio­nais, saíram erradas, neste caso. “Estou surpreendi­do, mas quero dar-lhe os parabéns pelo foco, pela entrega e pelo sucesso que já está a construir”, rematou a O JOGO o empresário, que sabe que o ordenado do jogador era de apenas 400 euros nos Camarões. “Parece pouco em Portugal, mas lá dá para viver bem. E ainda recebia prémios frequentes de cem euros”, prossegue. No FC Porto, o jogador passou para 15 mil euros mensais, ainda de acordo com a mesma fonte, a que juntou um prémio de assinatura de 50 mil euros. É quase 40 vezes mais do que o salário anterior...

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