O Jogo

BENDITA A HORA EM QUE OPTARAM PELO REGRESSO

Perante um adversário personaliz­ado e que só quebrou no último quarto de hora, o talento e a eficácia de Bruno Fernandes e Dost ditaram estreia com pé direito

- Textos DUARTE TORNESI

A qualidade da dupla que chegou a estar de malas feitas para deixar Alvalade fez esquecer os nervos e as limitações físicas de um leão que ainda está, como tem insistido o técnico, à procura da melhor forma O pesadelo vivido pelo universo sportingui­sta durante os sofridos meses de maio e junho começa finalmente a dissipar-se, com o regresso dos jogos a doer e a perspetiva de um futuro mais risonho. Ontem, em Moreira de Cónegos, as nuvens negras chegaram a pairar no céu, literalmen­te, mas acabaram por ser afastadas pela ação decisiva de Bruno Fernandes e Dost. Estes, que rescindira­m contrato após ainvasão à Academia, continuam, talco mona última época, a disfarçar limitações cole tiv ase os adeptos podem suspirar de alívio por não terem de lidar com o cenário dantesco motivado pela fuga de uma dupla que, selado o regresso a Alvalade, vai continuar a dar que falar nesta Liga.

Tal como José Peseiro tinha avisado na véspera, a missão do Sporting era bem clara: ganhar ou... ganhar. Essa pressão imposta pelo técnico parece ter afetado a equipa, que se apresentou extremamen­te nervosa, ao ponto de, aos 12’, já ter dois cartões amarelos por discussões com o árbitro, para Nani e Bruno Fernandes. Personaliz­ado e benefician­do da qualidade técnica de quatro médios dispostos em losango, que engoliram Petrovic e Battaglia, o Moreirense condiciono­u a saída de bola do Sporting e complement­ou a pressão com contra-ataques venenosos, que apanharam a defesa leonina em contrapé. A estratégia deu frutos logo aos 6’, quando Heriberto, cria do rival Benfica, inaugurou o marcador a favor dos cónegos.

Ferida no orgulho, a equipa lisboeta lançou-se para o ataque com mais coração do que cabeça – uma constante em todo o jogo – e só melhorou quando Bruno Fernandes ganhou liberdade para se juntar a Dost e Nani passou para a esquerda, por troca com Acuña, afinações táticas que ajudaram a encostar o Moreirense à sua área. Mesmo com alguma atrapalhaç­ão à mistura, o empate acabou por chegar num dos raros lances construído­s a partir de trás com lucidez: passe a rasgar de Coates, arrancada de Ristovski e remate certeiro de Bruno Fernandes. Com o golo do empate, adivinhava-se o regresso à serenidade dos leões, mas essa promessa ficou-se pela intenção.

Apesar de duas boas oportunida­des logo a abrir a segunda parte, primeiro por Bruno Fernandes e depois por Battaglia, o Sporting deixou-se novamente manietar pelo carrossel do Moreirense. Personaliz­ada e determinad­a a jogar com os olhos na baliza, a formação minhota obrigou os lisboetas a acantonare­m-se na sua própria área, mas faltou aos anfitriões uma maior dose de frieza nos duelos individuai­s com Salin, que, lançado às feras após a lesão de Viviano no aqueciment­o, acabou por ser peça importante no triunfo. Ironicamen­te, a postura ambiciosa pesou nas pernas dos cónegos, que gastaram as suas últimas energias a correr atrás dos recém-entrados Jovane e Raphinha.

Aí, com espaço e tempo para decidir, sobressaír­am as individual­idades do Sporting. Corajoso e irreverent­e, Jovane ganhou um penálti convertido por Dost e abriu as portas de uma vitória que acabaria sentenciad­a nos descontos por mais uma combinação entre duas das grandes figuras leoninas. É certo que, tal como José Peseiro tem insistido, o Sporting parece mesmo estar um passo atrás dos mais diretos rivais a nível físico e de automatism­os, mas com artistas deste calibre em campo, é difícil imaginar o leão a acenar a bandeira branca tão cedo.

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