O Jogo

GELAR O INFERNO NO CAMINHO ATÉ AOS 40 MILHÕES

Encarnados com mais solidez e mais futebol acederam ao play-off, esfriando o vulcânico Sukru Saraçoglu. PAOK é a última barreira até à Champions

- Textos FILIPE ALEXANDRE DIAS

Seguro desde o primeiro minuto, salvo tropeções numa ou outra lomba, o Benfica teve no menino Gedson uma unidade dourada. Ganha a batalha em Istambul..., vem aí a de Salónica

Está feito, mas vamos mais longe e dizer melhor: está quase feito. O Benfica saiu ileso da Turquia e das profundeza­s do escaldante ambiente do recinto do Fenerbahçe, que começou por rugir entusiasmo nas bancadas e acabou a expelir bílis, dada a superiorid­ade dos encarnados no conjunto das duas mãos. Ontem, no Sukru Saraçoglu, a turma de Rui Vitória entrou a tocar a música ensaiada sem “pregos”. Foi mais objetiva e não se sobressalt­ou quando deu o flanco e permitiu a igualdade antes de cair o pano sobre o primeiro dos dois atos do embate. No fim, ainda deambulou pelos arredores de uma vitória cuja indumentár­ia não lhe assentava mal. Agora, a turma lisboeta tem o PAOK como último obstáculo até aceder à fase de grupo da Champions e forrar os alforges com os mais de 40 milhões correspond­entes. O inferno de Istambul está vencido. Falta o de Salónica.

Benfica entrou bem, com bola e de peito estufado, procurando tirar partido da sua saída em transição e a empurrar o Fenerbahçe para a sua área. Quando os turcos apareceram (aos 8’, num desvio de cabeça perigoso de Ayew), os encarnados logo ripostaram ao revelarem-se capazes de recolher muitas bolas sobre a linha divisória, pressionan­do e aproveitan­do alguma treme de ir ano passe do opositor, além do adiantamen­to deste. De forma mais direta, o Fener mostrou finalmente os dentes em dois lances aparatosos entre os 20’ e os 21’, mas era manifesta a dificuldad­e da turma de Istambul em sair de forma apoiada. O maior acerto lisboeta sobre o terreno foi premiado com uma jogada bem urdida. André Almeida soltou da direita para o coração da área, Castillo adiantou subtilment­e para Gedson e este, lesto, adiantou-se à de fesaturca e empurrou para golo. O Benfica tinha pé e meio no play-off à passagem dos 26’ e os turcos pagaram caro a falta de dinâmica demonstrad­a. Nota, porém, para a saída prematura por lesão de Castillo, que trouxe Ferreyra a jogo.

Contudo, num golpe de asa, o Fener empatou, aproveitan­do a falta de calma do Benfica para aguentar o 0-1 até intervalo. Num par de raides que fizeram a equipa da Luz baixar momentanea­mente e não conseguir fechar, a formação da casa igualou e acabou por cima uma metade na qual não fora superior, fazendo a lava escorrer de novo sobre as bancadas do Sukru Saraçoglu.

Atrás na corrida e a dois golos da felicidade, o Fenerbahçe reentrou naturalmen­te mais subido no terreno, exercendo maior pressão sobre o esquadrão de Rui Vitória, que foi tentando pôr gelo, mas faltou serenidade no derradeiro passe sobre os últimos metros. Elmas de um lado e Gedson do outro deram viço às manobras dos dois conjuntos, mas era o Benfica quem estava mais solto. Cocu fez dupla alteração e os níveis de agressivid­ade do Fener subiram ao refrescar com Topal e Alici. Apesar das mexidas o Benfica segurou-se e quase selou a vitória sobre o final.

 ??  ?? Alfa Semedo entrou para evitar desequilíb­rios no miolo
Alfa Semedo entrou para evitar desequilíb­rios no miolo
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal