O Jogo

Um Gedson omnipresen­te

- Manuel Queiroz

OBenfica resolveu bem o teste difícil de Istambul e está, para já, no play-off da Champions. Continua sem ganhar na Turquia, mas ontem não precisava, o empate bastava e bastou. As pré-eliminatór­ias da Liga dos Campeões nunca são concursos de estética da bola, como se viu nestes dois jogos, mas se houve alguma equipa que ainda deu um toque de nota artística foi o Benfica, indiscutiv­elmente. Gedson foi a confirmaçã­o maior deste onze da Luz e torna-se indiscutív­el, apesar de cansado na parte final, como se compreende. Mas a sua qualidade é imensa e entra bem naquele onze. E um golo decisivo a abrir as hostilidad­es, o que não é coisa pouca, ainda para mais fora de casa num jogo que era uma pequena final. É desta massa que eles se fazem. Defende muito, por ele e por Pizzi, e a jogar em 4x3x3 pode ser perigoso para o equilíbrio da equipa. Gedson à frente, atrás – omnipresen­te. O Fenerbahçe mostrou todos os seus limites, a defender e a atacar, e não ficaram dúvidas: ganhou a eliminatór­ia a melhor equipa. E quem esteve estrategic­amente melhor – o Benfica em grande parte dos dois jogos condiciono­u muito os turcos com a sua pressão e o contrário nunca foi verdade. Rui Vitória vai tomando notas sobre novos jogadores. Ontem, Castillo foi titular, logicament­e porque Ferreyra tinha feito dois maus jogos, e o chileno esteve no golo, mas saiu lesionado. Ferreyra entrou e esteve melhor do que nos jogos anteriores. Não marcou ainda – e podia tê-lo feito – mas esteve mais harmonioso no seio da equipa. O tempo ajuda, claro, vai dando naturalida­de, mas não é Jonas e nunca marcou tantos golos como o brasileiro. Mas Castillo tem outro impacto no jogo em relação ao que dá o argentino. O Benfica ganhou 2-1 no global dos dois encontros, marcando nos dois jogos, o que é um bom hábito. Vlachodimo­s está a estabiliza­r na baliza, mas ainda é cedo para tirar conclusões, porque ao guarda-redes do Benfica não chega ser bom, tem de ser muito bom e tem de ser muito forte mentalment­e. Isso veremos com o tempo, porque também nunca teve esta responsabi­lidade e por isso irá descobrind­o (e sofreu golos em dois dos três jogos).

Castillo foi titular, logicament­e porque Ferreyra tinha feito dois maus jogos, e o chileno esteve no golo, mas saiu lesionado

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