Um Gedson omnipresente
OBenfica resolveu bem o teste difícil de Istambul e está, para já, no play-off da Champions. Continua sem ganhar na Turquia, mas ontem não precisava, o empate bastava e bastou. As pré-eliminatórias da Liga dos Campeões nunca são concursos de estética da bola, como se viu nestes dois jogos, mas se houve alguma equipa que ainda deu um toque de nota artística foi o Benfica, indiscutivelmente. Gedson foi a confirmação maior deste onze da Luz e torna-se indiscutível, apesar de cansado na parte final, como se compreende. Mas a sua qualidade é imensa e entra bem naquele onze. E um golo decisivo a abrir as hostilidades, o que não é coisa pouca, ainda para mais fora de casa num jogo que era uma pequena final. É desta massa que eles se fazem. Defende muito, por ele e por Pizzi, e a jogar em 4x3x3 pode ser perigoso para o equilíbrio da equipa. Gedson à frente, atrás – omnipresente. O Fenerbahçe mostrou todos os seus limites, a defender e a atacar, e não ficaram dúvidas: ganhou a eliminatória a melhor equipa. E quem esteve estrategicamente melhor – o Benfica em grande parte dos dois jogos condicionou muito os turcos com a sua pressão e o contrário nunca foi verdade. Rui Vitória vai tomando notas sobre novos jogadores. Ontem, Castillo foi titular, logicamente porque Ferreyra tinha feito dois maus jogos, e o chileno esteve no golo, mas saiu lesionado. Ferreyra entrou e esteve melhor do que nos jogos anteriores. Não marcou ainda – e podia tê-lo feito – mas esteve mais harmonioso no seio da equipa. O tempo ajuda, claro, vai dando naturalidade, mas não é Jonas e nunca marcou tantos golos como o brasileiro. Mas Castillo tem outro impacto no jogo em relação ao que dá o argentino. O Benfica ganhou 2-1 no global dos dois encontros, marcando nos dois jogos, o que é um bom hábito. Vlachodimos está a estabilizar na baliza, mas ainda é cedo para tirar conclusões, porque ao guarda-redes do Benfica não chega ser bom, tem de ser muito bom e tem de ser muito forte mentalmente. Isso veremos com o tempo, porque também nunca teve esta responsabilidade e por isso irá descobrindo (e sofreu golos em dois dos três jogos).
Castillo foi titular, logicamente porque Ferreyra tinha feito dois maus jogos, e o chileno esteve no golo, mas saiu lesionado