O Jogo

“Não vou andar a arrastar-me”

- CAROLINA RODRIGUES

Aos 35 anos, Danny sentese ainda com capacidade para fazer a diferença no clube que o lançou em Portugal e confessa que reentrar nos Barreiros, agora modificado, foi um momento especial

Saiu do Marítimo há 14 anos e agora o “filho pródigo” voltou à Madeira com a intenção de ajudar o seu clube do coração a tentar alcançar os objetivos. O regresso, diz, era uma questão de tempo e este é o momento certo. O que o motivou a voltar ao Marítimo? —É a equipa que me abriu as portas no futebol e que me ajudou a crescer. Também es- tou numa cidade que me é bastante familiar. Sinto-me muito feliz e orgulhoso por voltar ao Marítimo. Porquê só agora e não no ano passado, como tanto se especulou? —Às vezes são situações que acontecem. Acho que a melhor altura é esta. No ano passado tive outras alternativ­as, e este ano também tive outras opções para continuar fora. Mas, como já tinha dito, só havia dois clubes onde queria jogar: o Zenit ou o Marítimo. Quando saiu do Marítimo, há 14 anos, o presidente era Carlos Pereira. Agora que regressa, o presidente continua a ser o mesmo. Isto teve peso no seu regresso? —Claro. A confiança que ele transmitiu no ano passado e este ano foi muito importante. Já o conheço há muitos anos e é alguém por quem tenho um carinho muito especial. Ele sempre quis que eu voltasse, sabia que seria apenas uma questão de tempo até issoaconte­cer,eesteanoco­nseguimos. E, sim, o presidente tem muito mérito, não só ao trazer-me de volta mas também na forma como o Marítimo tem crescido durante todos estes anos. Como é que foi voltar a entrar no Caldeirão dos Barreiros? —Foi bonito e muito especial, até porque também tinha os meus pais, a minha esposa e os

meus filhos onde tudo começou. Claro que já não é o Caldeirão dos Barreiros daquela altura, mas está melhor e muito bonito. Quando vinha de férias à Madeira, dizia sempre que um dia tinha de jogar neste novo estádio. Este ano concretizo­u-se. Neste novo ciclo no Marítimo, quais são os seus objetivos? —Acho que vai ser sempre igual àquilo que me proponho: tentar dar o melhor e ajudar a equipa ao máximo. No ano passado, ajudou o Slávia Praga a ganhar uma taça passados 16 anos. Este ano espera fazer o mesmo com o Marítimo? —Sonhar não custa. O futebol é difícil e sabemos que existem

“Carlos Pereira? Já o conheço há muitos anos e é alguém por quem tenho um carinho muito especial. Ele sempre quis que eu voltasse”

outras equipas que vão lutar pelo mesmo. Mas nós temos de acreditar na nossa qualidade, trabalhar forte e concentrad­os, e, se Deus quiser, podemos consegui-lo, o que seria muito importante. Com a idade que já tem e sabendo o que isso significa no mundo do futebol, pensa em terminar a carreira no Marítimo? —Sim, já tenho 35 anos. Mas sinto-me bem, quero continuar a jogar e quero estar sempre em forma. Como já disse, serei o primeiro a dizer quando parar. Não vou andar aqui a arrastar-me, não é o meu feitio. O meu feitio é lutar e estar sempre a cem por cento. Mas, pronto, são dois anos de contrato, e depois disso veremos.

“O meu regresso ao Marítimo é para tentar ajudar a equipa a fazer uma boa época e tentar entrar na Liga Europa. O que vier depois será lucro” “Seleção? Se formos a ver as convocatór­ias que Fernando Santos faz com jogadores de 34, 35 e 36 anos, nada é impossível” “Quando vinha de férias à Madeira, dizia sempre que um dia tinha de jogar neste novo estádio”

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