O Jogo

“Ir para a Rússia foi a melhor decisão”

Entre 2005 e 2017, jogou na liga russa, onde foi o mais bemsucedid­o jogador português

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Foi uma decisão fácil trocar Portugal pela Rússia em 2005? —Não foi nada fácil. Sempre tinha dito que preferia ir para Itália ou Espanha. Mas o interesse dos russos era imenso. E como só tinha mais um ano de contrato com o Sporting e não sabia o que podia acontecer, falei com a minha esposa, pensámosme­lhoreaceit­eiir.Acho que foi uma boa opção. Agora, vendo o que está para trás, ir para a Rússia foi a melhor decisão que tomei. E como é que se sentiu depois, ao deixar o Zenit? —Foi um misto de emoções. Senti-me triste, porque queria ter continuado lá. Sentia-me bem no clube, mas, naquela altura, trocaram tudo. Trocaram o presidente, o diretor, o treinador e o staff, e veio outra “malta” que não quis renovar o meu contrato. Admito que fiquei triste, pois estava fisicament­e bem e sentia que tinha capacidade­s para continuar a ajudar a equipa. Mas, por outro lado, fiquei muito feliz pelo reconhecim­ento que tive na despedida. Como surgiu a oportunida­de de jogar no Slávia Praga, na época passada? —Tive propostas para continuar noutras equipas na Rússia, como o Dínamo ou o Krasnodar. Mas não queria con-

“Cheguei a ponderar terminar a carreira na República Checa e ficar lá mais um ano a viver”

frontar o Zenit com uma situação dessas. Então surgiu o Slávia Praga, da República Checa, numa cidade bonita e espetacula­r. Sinceramen­te, eu até cheguei a ponderar acabar a carreira este ano e ficar lá mais um ano a viver, porque a minha família adorou a cidade. Há muita diferença do futebol checo para o futebol russo? —Bastante. No russo há equipas com mais qualidade e com outra mentalidad­e nas contrataçõ­es de jogadores estrangeir­os. Na República Checa também há equipas tecnicamen­te muito boas, mas o futebol é muito direto, e isso, para mim, não ajudava nada, porque via a bola a passar-me por cima.

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